Sob o meu olhar

Aqui neste blog, vocês poderão ver, ler e comentar a respeito do que escreverei. Por meio deste meu olhar sincero, tentarei colocar artigos e dar minha opinião sobre questões atuais como politica, problemas sociais, educação, meio ambiente, temas que tem agitado o mundo como um todo. Também escreverei poesias e colocarei poemas de grande poetas que me afloram a sensibilidade, colocarei citações e frases pequenas para momentos de reflexão.
É desta forma que vou expor a vocês o meu olhar voltado para o mundo.

22/03/2012

Ruminâncias


Blog da Boitempo

"O pensador", por Singer
Por Mouzar Benedito.
Certas coisas que ficam martelando a cabeça da gente, nos deixam ruminando sobre elas, por serem bestas, bobas, injustas ou simples babaquices. Eu poderia dizer que esses troços são incômodos, aborrecimentos, mas se for usar a forma usual de hoje de transformar em adjetivos, diria que são “incomodâncias”, “aborrecências”. No meu caso, os motivos são dos mais variados, como podem ver a seguir:
Lideranças – o Fulano é uma liderança sindical, Beltrano é liderança indígena e Cicrano é liderança do MST. Ninguém mais é líder. Lembro-me que Lula era líder sindical, líder metalúrgico, Maluf era líder da direita e Marighella era líder revolucionário. Mas depois de um tempo passaram a usar a palavra “liderança” no lugar de líder. Acho que isso começou com a volta de exilados, que aprenderam essa forma em países de língua espanhola. Ora, liderança é o que o líder exerce. Se for para usar essa regra, ninguém mais vai ser verdeador, vai ser uma vereança, assim como o Zé das Couves não será mais gerente de uma agência bancária, vai ser gerência, e o doutor Abobrinha vai deixar de ser diretor de uma empresa para tornar-se direção, ou diretoria, E Dilma Roussef não será presidente nem presidenta, será presidência.
Todos e todas – quando estou em algum evento e alguém começa um discurso se dirigindo a “todos e todas” me dá urticária, não levo mais nada do que ele fala a sério. A palavra todos já inclui todas. Falar companheiros e companheiras, vá lá. Mas é uma espécie de demagogia querer a todo momento usar palavras específicas para mulheres. Colaborei na imprensa feminista, quando ela existia, e nunca houve nesse período de militância séria esse tipo de preocupação.
Banheiro no metrô – beber e dirigir é, cada vez mais, considerado um crime, desde que você não atropele e mate ninguém. Quem atropela e mata, paga uma fiança e fica livre. Mas quem tomou uma dose de cachaça e tem um mínimo de álcool no sangue, se estiver dirigindo direitinho e for pego pelo bafômetro, dançou. Concordo que a gente não deve dirigir bêbado. O negócio, depois de tomar umas cervejas, é pegar o metrô, por exemplo. Só que quando a gente bebe umas cervejas dá uma vontade danada de urinar, e quase nenhuma das estações do metrô tem banheiro público. Como se justifica isso? Devíamos mijar nas catracas.
Banheiro nas estações de trem – em estações de trem, pelo menos nas que precisei, tinha sim banheiro. Mas ao sair da estação Pinheiros do trem, vi um sujeito mandando o filho urinar no poste, porque iriam entrar na estação. Falei pra ele que na estação tinha banheiro, e ele disse que sabia, mas não levava o filho lá, porque uma vez que levou o menino presenciou algo que o chocou: dois homens transavam e ao lado um fazia sexo oral em outro. Ele falou que ali não era lugar de fazer aquilo e o que fazia sexo oral no outro tirou a boca da botija só para gritar de forma ameaçadora: “Eu te processo por homofobia”. Prender ou pelos menos impedir que casais heterossexuais transem em lugar público pode, né?
Pregação religiosa em rádio – a liberdade religiosa é uma conquista das sociedades democráticas, e acho que tem de ser seguida religiosamente, liberdade total para pregação nas igreja, terreiros, templos ou outros locais destinados a ela. Mas rádio e televisão são para informação, matérias culturais e entretenimento. Quando eu viajava pelo interior, gostava de uma emissora que só tocava boa música brasileira. Parei de viajar uns anos, quando viajei de novo liguei nela, e um cara gritava coisas contra o demônio. Virei para outra, alguém falava que só quem pagava o dízimo direitinho ia para o céu. Não dá. É difícil achar uma emissora, especialmente do interior, que não seja assim.
A minoria manda na maioria – há alguns anos, a Câmara de Vereadores de Sorocaba aprovou a comemoração do Dia do Saci em 31 de outubro. O projeto seguiu para sanção do prefeito, mas dois vereadores evangélicos ameaçaram tirar o apoio a ele, se sancionasse a lei. E os outros muitos vereadores viram o prefeito negar a sanção, para agradar os dois evangélicos. Ora, acho que nesse caso os não evangélicos deveriam fazer valer sua força: “Se não sancionar, você fica com os dois que são contra e nós todos viramos oposição”. Isso vale também para governos estaduais e federal. Na Câmara Federal, a bancada evangélica é de menos de 10% dos deputados, mas, unida, ela manda mais que os 90% restantes. Nenhum governo ousa peitar esse pessoal, e a pequena minoria manda mais que a grande maioria.
Ex-BBB – quando vou entrar na internet, aparecem notícias sobre o programa televisivo Big Brother Brasil. Parece que a coisa mais importante que está acontecendo no mundo é mais uma versão do BBB. Fulana não gosta do Beltrano, há suspeita de que rola sexo e a Globo não mostra. É futilidade demais! E pelo que li, tem gente que paga para ver esse programa imbecil o dia inteiro. Mas o pior é que as pessoas que saem dele tornam-se “celebridades”, pessoas que devem ser ouvidas sobre qualquer assunto. O sujeito não é mais professor, nem publicitário, nem cabeleireiro, nem cantor sertanejo nem nada, é “ex-BBB”, assim como as mocinhas que eram ou queriam ser modelos, atrizes ou qualquer coisa, também. E tornam-se autoridades em tudo, para os padrões televisivos.Um monte de programas babacas da TV chama “ex-BBB” para dar opinião sobre qualquer assunto. O sujeito, ou a sujeita, faz pose e fala como grande autoridade sobre as causas e efeitos dos terremotos no Japão e no Haiti (e o que ele/ela fala vale mais do que o que dizem os geólogos), a crise da zona do euro (ah, eles/elas sabem muito disso!), o programa nuclear do Irã (físicos nucleares não entendem tanto quanto eles, não é?) ou as plantações de jiló no sudoeste de Rondônia. Tenho vontade de encontrar os/as próprios/as (estão vendo como sou correto nessa questão de gênero?) “ex-BBB”, os produtores de TV que os convidam, os apresentadores e quem é babaca a ponto de aceitar o que dizem, e dizer: “Vão todos à PQP!”. O que merecem é porrada, mas não tenho vocação pra isso, meu limite é xingar. Sei que continuarão faturando com a imbecilidade e indecência de certos responsáveis por meios de comunicação. Pena, mas sou filosoficamente contra a pena de morte.
Facebook e sei lá o que mais – costumo entrar uma vez por dia na internet, gasto mais ou menos uma hora nisso e acho que é bastante. Recebo diariamente convites para entrar no facebook e outras redes sociais. Não entro porque acho que teria que dedicar mais tempo ainda a essas coisas. Tudo bem. Mas algumas pessoas parecem ficar o dia inteiro ligadonas na internet, mexendo nas tais redes sociais (importantes em muitas ocasiões). Parece que trabalham nos intervalos entre as mensagens. Sendo por conta do patrão, tudo bem. Mas quem trabalha por conta própria… Bom, espero que leiam minhas abobrinhas colocadas nos blogues.

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