Sob o meu olhar

Aqui neste blog, vocês poderão ver, ler e comentar a respeito do que escreverei. Por meio deste meu olhar sincero, tentarei colocar artigos e dar minha opinião sobre questões atuais como politica, problemas sociais, educação, meio ambiente, temas que tem agitado o mundo como um todo. Também escreverei poesias e colocarei poemas de grande poetas que me afloram a sensibilidade, colocarei citações e frases pequenas para momentos de reflexão.
É desta forma que vou expor a vocês o meu olhar voltado para o mundo.

31/07/2011

Camila Vallejo: o rosto e a voz da nova geração política chilena


América do Sul, América Nossa, tweets — Por DESACATO.INFO em 30 July 2011 às 11:47 am
Opera Mundi.

Ela nasceu num Chile que exigia mudanças, cinco meses antes do plebiscito (abril de 1988) que marcou o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Aos 23 anos, a estudante universitária diz sentir que sua geração desperta politicamente sem crer que a atual democracia representa os interesses da maioria. E, em busca de um modelo mais amplo e representativo, a futura geógrafa – lembrada pelo caminhar cheio de certezas e a já conhecida argola no nariz – delineia as coordenadas do primeiro movimento político formado por chilenos que eram jovens demais nos anos de repressão.
Camila Vallejo Dowling, filha de Reinaldo Vallejo e Mariela Dowling – membros do Partido Comunista perseguidos na ditadura –, se destaca como uma das principais líderes da CONFECH (Confederação dos Estudantes do Chile), órgão recém criado para congregar as diversas federações estudantis responsáveis pela chamada “primavera estudantil chilena” e quer alimentar um movimento social que, segundo ela, já ultrapassou o âmbito meramente educacional.
Após realizar três megamanifestações em frente ao Palácio de La Moneda – a maioria com mais de 150 mil pessoas em Santiago – Camila se tornou a primeira figura política de destaque nacional de uma geração que era considerada apolítica e desinteressada, qualificações rejeitadas por ela. “A ditadura gerou um grande contingente de jovens apolíticos, educado através do medo, mas os que se manifestam hoje são outros. Após aquela geração, surgiu uma juventude muito forte, ainda que inexperiente. Ela é mais crítica e quer recuperar a política com ideias mais amplas; quer outra democracia”, afirma a militante, dona de um olhar reto, direto, frequentemente confundido com braveza.
Camila preside a FECH (Federação dos Estudantes da Universidad de Chile). Quando os estudantes de diferentes federações estudantis reuniram sua indignação e criaram a CONFECH, em maio deste ano, ela rapidamente se impôs como porta-voz e foi o rosto das primeiras marchas e manifestações realizadas pelo movimento, que combate o lucro nas instituições educacionais chilenas e pede o retorno da educação pública gratuita e de qualidade. Isso porque, no Chile, escolas e universidades chamadas públicas cobram mensalidades.
Uma “primavera” que floresceu num dos outonos mais frios do país nos últimos anos. A temperatura já flertava com os graus negativos no começo do mês de maio quando o atraso nas bolsas de estudos concedidas pelo Ministério da Educação terminou com a paciência de milhares de pais e estudantes ao longo do país.
Foi quando Camila e a CONFECH se tornaram protagonistas e os estudantes incrementaram as marchas e protestos bem humorados, com “beijaços” e coreografias em grupos. Eventos que conseguiram derrubar o ministro Joaquín Lavín e contribuíram para a queda da popularidade do presidente Sebastián Piñera, além de mudar a percepção da sociedade sobre a politização dos jovens no país. Segundo o Servel (Serviço Eleitoral do Chile), o número de inscritos para as eleições dentro da faixa etária entre 20 e 30 anos variou negativamente nos últimos cinco anos.
No entanto, os que se manifestam não encontram espaço na política devido ao sistema eleitoral — binominal –, que favorece a continuidade e dificulta a renovação geracional.  Para Camila, os governantes chilenos têm facilidade para corromper a democracia real, “mas os novos espaços de participação popular estão sendo criados, nas redes sociais, por exemplo, e no fim, essa geração que está criando espaços vai fazer com que as barreiras geracionais acabem sendo derrubadas pelo próprio peso.”


Machismo
Após os primeiros atos, os meios de comunicação apontaram os holofotes sobre Camila, mas frequentemente destacando sua beleza física, em detrimento das qualidades intelectuais. “Tive de aguentar coisas que colegas homens jamais tiveram de enfrentar”, diz, para depois destacar que o impacto do movimento na sociedade relegou esse rótulo machista sobre as mulheres a um segundo plano: “Vejo isso com bons olhos”.
Ela comemora também a possibilidade de um maior intercâmbio político entre estudantes da região sul-americana. “Na medida em que os países fortalecerem a unidade regional, os movimentos estudantis também o farão. Pretendemos comparecer ao CLAE (Congresso Latinoamericano e Caribenho de Estudantes)”.


Camila é militante do Partido Comunista, mas destaca que a confederação que representa agrega estudantes de diferentes vertentes políticas e que a disposição por mudanças no país é equivalente entre todos. “O nefasto desempenho das políticas educacionais da Concertação, que defendeu o modelo instaurado por Pinochet, ajudou a nossa causa a unir forças, e agora, com a direita de volta ao poder, querendo reforçar a privatização do sistema e o lucro das instuições, ficou mais fácil reunir pessoas insatisfeitas”, analisa.
Em um congresso estudantil realizado em Punta Arenas, no extremo sul do Chile, Camila e a CONFECH começaram a confeccionar o que denominaram “um Grande Acordo Social para a Educação”, em clara resposta ao GANE (Grande Acordo Nacional para a Educação) lançado há duas semanas por Piñera e recusado pelos estudantes. Segundo eles, ele legaliza o lucro e aprofunda o atual modelo de educação. “Pretendemos levar essas propostas ao Executivo e ao Legislativo. Vamos batalhar para que elas sejam aceitas nessas instâncias. Para isso também contamos com o apoio já observado pelos trabalhadores e pela sociedade em geral”, finalizou Camila.

Shakespeare..... Vale a pena ler outra vez......

Depois de algum tempo, você aprende a diferença.... a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar a alma...
E você aprende que amar, não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que, beijos não são contratos e presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo, você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar, pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam e crescem mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. 
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida, são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender, que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, e se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexivel, não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existe os dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai, é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprende que há mais dos seus pais em você, do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva, tem o direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que este alguém não o ama com tudo que pode, pois, existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar a sí mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára, para  que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E voce aprende que realmente pode suportar....que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe, depois de pensar que não se pode mais.

E aprende que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderiamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.

25/07/2011

ANP e Haroldo Lima desmentem e esclarecem denuncias da "Revista Època" e de Josias de Souza, da "Folha de São Paulo"



Haroldo Lima

ANP rebate “acusações” e “falsidades” da revista Época

Em nota divulgada por sua assessoria de imprensa, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) rebateu as acusações de corrupção e aparelhamento divulgadas na edição desta semana da revista Época.

Segundo a nota, a publicação da Editora Globo “veiculou falsidades e desconsiderou dados verdadeiros que já lhe tinham sido informados há dois anos. Generaliza suas aleivosias irresponsáveis e agride toda a comunidade que trabalha na Agência”.

Confira abaixo a íntegra do texto.

Nota da Assessoria de Imprensa da ANP

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) repele, energicamente, as acusações feitas pela revista Época em reportagem de capa da edição de 23/7/2011. A revista veiculou falsidades e desconsiderou dados verdadeiros que já lhe tinham sido informados há dois anos. Generaliza suas aleivosias irresponsáveis e agride toda a comunidade que trabalha na Agência. Em respeito a seus servidores e à sociedade, a ANP presta os seguintes esclarecimentos:

Os Srs. Antonio José Moreira e Daniel Carvalho, que aparecem na gravação e foto divulgadas e foram apresentados, repetidas vezes, na reportagem como “assessores da ANP”, nunca foram assessores desta Agência. Nunca foram sequer do quadro de servidores permanentes da Agência. Antonio José Moreira é servidor da Procuradoria da Fazenda Federal e foi destacado para o acompanhamento de processos da ANP, atuando em dependência da Agência, como ocorre com os demais órgãos públicos. Daniel Carvalho foi apenas estagiário na ANP. Além disso, a revista maldosamente os apresenta como se estivessem hoje na ANP, sendo que ambos já estão fora dessa Instituição há mais de dois anos.

A reportagem também não informa que, tendo tomado conhecimento em 2009 da gravação referida na matéria, um funcionário da Assessoria de Inteligência da própria ANP acompanhou a advogada Vanuza Sampaio, ao Ministério Público para a apresentação da denúncia, ficando claro que a ANP estaria, como permanece até agora, à disposição do Ministério Público para os esclarecimentos necessários.

Essas informações, que a reportagem ignora, tinham sido fornecidas pela ANP à Revista Época há mais de dois anos.

O ex-superintendente de Abastecimento da ANP Edson Silva interpelou judicialmente a advogada Vanuza Sampaio, através de seccional da OAB/RS, para que confirmasse em juízo as acusações agora veiculadas pela revista Época. Em sua resposta, a advogada negou que tivesse conhecimento de qualquer irregularidade por ele praticada.

Edson Silva afirma que jamais autorizou quem quer que seja a falar em seu nome ou fazer tratativas do tipo que a revista lhe atribui e nega que tenha havido qualquer encontro em um "café nas cercanias da sede da ANP, no centro do Rio", como consta na reportagem.

A ANP nunca teve conhecimento de qualquer irregularidade praticada pelo ex-superintendente de Abastecimento Roberto Ardenghy.

As insinuações feitas por Época contra o ex-diretor Victor Martins, merecem também nossa repulsa e o nosso protesto, vez que a revista Época volta a se apoiar em denúncias levantadas há anos e que foram consideradas falsas, depois de ampla investigação, pela já referida CPI do Senado Federal.

Ao contrário do que afirma a revista, a ANP não se exime de fiscalizar nem tolera irregularidades no mercado de combustíveis. A prova maior disso é a qualidade dos combustíveis brasileiros, que estão de acordo com os melhores padrões mundiais, resultado do rígido controle exercido pela ANP, que envolve operações regulares de fiscalização realizadas em coordenação com o Ministério Público, órgãos estaduais e municipais.

Quanto à acusação de aparelhamento político, a revista Época desconsidera que o quadro permanente de servidores da ANP só foi constituído na atual administração, por meio de dois concursos públicos que permitiram a contratação de mais de 650 servidores, repita-se, todos concursados. São profissionais capacitados, que servem à sociedade com dedicação e correção, não sendo merecedores do tratamento ofensivo que lhes foi dispensado pela revista.

Janelas abertas sobre a China (Marli Olmos, no Valor Econômico)

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O povo maltratado pelo imperialismo e a revolução em curso são retratados em obras no Museu Nacional da China, em Pequim: mostra é a mais importante da celebração dos 90 anos do PCC
 
O anfitrião empurra as portas que dão acesso à varanda com o gesto de quem pretende abrir as cortinas de um palco. O cenário é, de fato, de tirar o fôlego. Talvez dali se tenha a melhor vista de Pudong. Começou a anoitecer e as luzes dos arranha-céus deixam a cidade cintilante. Satisfeito ao ver seus convidados boquiabertos, Shao Huixiang, representante do Ministério de Relações Exteriores em Xangai, declara o óbvio: "Essa é a vitrine da China".
A vista deslumbrante foi a surpresa ao fim de um jantar na área reservada do elegante Hotel Mansion, em Huangpou, à beira do rio que leva o mesmo nome. O rio separa a parte antiga da cidade da efervescente Pudong, que 20 anos atrás servia à plantação de arroz e trigo e hoje abriga o setor financeiro da China.
O bairro onde está o hotel tem ares de Europa. Por isso, na varanda tem-se a impressão de estar numa cidade como Paris assistindo ao futuro do planeta pela janela.
Seguindo o ritual das refeições chinesas tradicionais, de servir a comida em pequenas porções, o jantar de hoje é composto por 15 pratos, que vão de ensopados e verduras refogadas ao frango e carne de porco, ingrediente quase obrigatório na gastronomia do país asiático.
O sabor da culinária em Xangai, bem mais suave e menos apimentada do que em Pequim e outras partes do país, remete ao gosto de comida preparada por mãe. A observação agrada a Huixiang, que nasceu na cidade. Ele fala com orgulho sobre o porto mais movimentado do mundo, sobre a ponte de 32 quilômetros que está sendo construída e sobre o trem-bala, que desde o dia 30 encurtou a viagem até Pequim de 11 para 5 horas.
Tempos de opressão imperialista são lembrados para justificar o fato de o país estar nas mãos de um único partido há mais de seis décadas
Mas por que em Xangai não se veem enfeites da celebração dos 90 anos de fundação do Partido Comunista Chinês, como em Pequim?
Huixiang esconde repentinamente o sorriso que exibiu durante todo o jantar e dá uma resposta oficial: "A comemoração dos 90 anos é de suma importância para todo o país e tivemos uma série de atividades".
Foi justamente em Xangai que nasceu o Partido Comunista Chinês. Inspirado no modelo político que chegava da Rússia, um grupo de militantes reuniu-se, em 21 de julho de 1921, numa casa que ficava na área de concessão francesa. Seu líder, Mao Tsé-tung, um filho de camponeses, tinha 28 anos à época. A reunião que começou naquele local, transformado hoje em museu, teria, no entanto, terminado numa província vizinha. O grupo teria escapado ao ser surpreendido pela polícia. Numa exposição de fotografias no hall da agência de notícias Xinhua, em Pequim, está retratado o pequeno barco que teria sido usado na fuga dos revolucionários.
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Obra retratando o povo maltratado pelo imperialismo

Pequim ganhou enfeites especiais para a celebração dos 90 anos de fundação do Partido Comunista Chinês. Arranjos florais, cartazes e esculturas que destacam os números 1921-2011 foram espalhados principalmente nos pontos turísticos, como a famosa Praça da Paz Celestial. A CCTV (China Central Television), canal de televisão estatal, tem exibido uma minissérie contando a história da formação do PCC. São dois episódios de 45 minutos por dia.
Também em Pequim, no Museu Nacional da China, está a maior e mais importante exposição organizada para celebrar os 90 anos do PCC. Um acervo que reúne quadros, esculturas, filmes e até reproduções de pichações da época, além de símbolos, relata as histórias dos tempos do imperialismo à criação da República Popular da China, há 62 anos. Na mostra, que traz obras de artistas chineses, as esculturas de pessoas em tamanho natural ocupam espaço nobre. Trabalhos recentes, como o de Li Xiangqun (2009), retratam a época que antecedeu a chegada do comunismo.
Os tempos de opressão imperialista são citados com frequência pelos representantes do governo chinês quando se trata de buscar, seja no passado ou no presente, razões políticas e econômicas para justificar e celebrar o fato de o país estar nas mãos de um único partido há mais de seis décadas.
O discurso ganha uma dimensão ainda maior quando a conversa entra no tema direitos humanos - seja ou não falando diretamente sobre a prisão do ativista Liu Xiaobo, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2010.
Enquanto tentam se livrar de rótulos que os prejudicam, chineses têm de lidar com mudanças impostas pela explosão do crescimento
Diante de uma questão sobre os direitos humanos, o diretor de informação do Ministério das Relações Exteriores, porta-voz da chancelaria, remete o interlocutor aos tempos da guerra do ópio: "Os países nos criticam pela falta de liberdade de expressão. Mas temos de lembrar que o povo de um país que em menos de cem anos se transformou na segunda economia mundial não podia antes ter nenhum direito humano. Os chineses viveram como cachorros e foram até mesmo tratados assim quando, na invasão britânica, parques receberam cartazes proibindo a entrada de cachorros e de chineses. Salvamos 300 milhões da miséria e, mesmo que a renda per capita ainda seja pequena, agora somos donos de nós mesmos. Por isso, temos de receber elogios e não críticas".
Os representantes do governo reconhecem, no entanto, as dívidas na área social, como a necessidade de criar um sistema previdenciário forte e diminuir a pobreza na área rural. O vice-ministro de Relações Exteriores, Zhang Kunsheng, conta que quando percorre cidades do interior de carro às vezes demora duas horas para ver uma única família. "Nesse sentido nossa tarefa é árdua", afirma. Ele aponta como desafios, daqui para a frente, reduzir as diferenças entre as áreas urbana e rural e ajustar o modelo de desenvolvimento econômico à sustentabilidade ambiental. "O desenvolvimento traz problemas. Mas o PCC acumulou muitas experiências. O partido também pode encontra um caminho nesses sentidos."
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Arte sobre a revolução chinesa

Nas ruas e estradas das megalópoles não faltam exemplos do que o poderio econômico já levou para a China. Resultado da preparação para os Jogos Olímpicos de 2008, grandes cidades, como Pequim, Xangai e Chengdu (na região central), podem servir como referência de planejamento urbano. E, mesmo com voos internos, num reflexo do crescimento do poder aquisitivo da classe média, a organização e modernização dos aeroportos garantem check-in e embarques sem atropelos.
A regiões centrais das grandes cidades chinesas têm ares de Primeiro Mundo. Não só pelos edifícios gigantes e envidraçados. Mas também pelo burburinho em lojas de grifes famosas, como Louis Vuitton, Rolex e outras do gênero. O movimento também nos departamentos comerciais mais modestos expõe o motivo de preocupação de um governo que tem elevado as taxas de juros na tentativa de reduzir o consumo que leva ao aumento da inflação.
A China quer livrar-se das imagens negativas que o mundo ocidental lhe atribui, seja no cenário ambiental ou econômico. Sabe que tem um longo caminho ainda para evitar que suas empresas sejam vistas como a ameaça do desemprego em outros países.
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Exposição em Xangai sobre o Partido Comunista: sob liderança de Mao e inspirados no modelo que chegava da Rússia, militantes se reuniram numa casa da cidade, em 1921, para fundá-lo

O estigma de país da cópia barata ainda ronda essa potência. Motivos não faltam. No centro de Chengdu, por exemplo, é possível hospedar-se no "Hiyatt", uma rede local com hotéis em diversas cidades que não tem nada a ver com o grupo americano Hyatt.
Mas os chineses também reclamam pela falta de reconhecimento de suas obras originais. Recente artigo na "China Hoy", uma revista produzida no México em espanhol e distribuída em embaixadas na América Latina, queixa-se de a Ópera de Pequim ser considerada uma cópia de óperas ocidentais e não uma forma artística original da China. A revista reivindica que essa forma de arte seja tratada por seu nome original, Jingju, assim como o Kabuki, do Japão, é considerado um gênero próprio e não uma reprodução do teatro ocidental.
Enquanto tenta se livrar de rótulos que prejudicam sua imagem no exterior, os chineses são obrigados a lidar com as mudanças que a explosão de crescimento econômico impõe ao país e estão alterando rapidamente o imaginário chinês. A grande muralha, herança do período imperial, continua sendo uma das maiores atrações turísticas. Mas o que os novos visitantes mais querem ver e os chineses mostrar são os símbolos do futuro, como a Pérola Oriental - a torre de 468 metros que reluz em Xangai e Shao Huixiang tem tanto prazer em exibir aos seus convidados.

24/07/2011

Soneto (Alphonsus de Guimarães) Homenagem pelo seu aniversário

Encontrei-te. Era o mês... Que importa o mês? Agosto,
Setembro, outubro, maio, abril, janeiro ou março,
Brilhasse o luar que importa? ou fosse o sol já posto,
No teu olhar todo o meu sonho andava esparso.

Que saudades de amor na aurora do teu rosto!

Que horizonte de fé, no olhar tranqüilo e garço!
Nunca mais me lembrei se era no mês de agosto,
Setembro, outubro, abril, maio, janeiro, ou março.

Encontrei-te. Depois... depois tudo se some

Desfaz-se o teu olhar em nuvens de ouro e poeira.
Era o dia... Que importa o dia, um simples nome?

Ou sábado sem luz, domingo sem conforto,

Segunda, terça ou quarta, ou quinta ou sexta-feira,
Brilhasse o sol que importa? ou fosse o luar já morto?

23/07/2011

O Trem da Vida - Continuando a Viagem

Há algum tempo atrás, li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem. 
Uma leitura muito interessante, quando bem interpretada. 
Isso mesmo, a vida não passa de uma viagem de trem, cheia de embarques, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes tristezas em outros.
Quando nascemos entramos nesse trem e nos deparamos com algumas pessoas que julgamos que estarão sempre conosco: nossos pais. 

Infelizmente, isso não é verdade, em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos no caminho, amizade e companhia insubstituível... 
Mas isso não impede que durante a viagem, pessoas interessantes e que virão a ser mais que especiais para nós embarquem.
Chegam nossos irmãos, amigos e amores maravilhosos.
Muitas pessoas tomam esse trem apenas a passeio. 

Outros encontrarão nessa viagem somente tristeza. 
Ainda outros circularão pelo trem, prontos a ajudar a quem precisa. 
Muitos descem e deixam saudades eternas, outros tantos passam por este trem de forma que, quando desocupam seu acento, ninguém sequer percebe.
Curioso é perceber que alguns passageiros que nos são tão queridos, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos, portanto somos obrigados a fazer esse trajeto separados deles, o que não impede, é claro, que durante o percurso, atravessemos, mesmo que com dificuldades, o nosso vagão e cheguemos até eles... só que, infelizmente, jamais poderemos sentar ao seu lado para sempre.
Não importa, a viagem é assim, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperanças, despedidas... porém, jamais retornos. 

Façamos essa viagem, então da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com todos os passageiros, procurando, em cada um deles, o que tiverem de melhor, lembrando sempre que em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e provavelmente precisaremos entender, pois, nós também fraquejamos muitas vezes e, com certeza, haverá alguém que nos entenderá.
Eu me pergunto se quando eu descer desse trem sentirei saudades... acredito que sim. 

Separar-me de algumas amizades que fiz será, no mínimo, dolorido. 
Deixar meus filhos continuarem a viagem sozinhos será muito triste, mas me agarro à esperança de que em algum momento, estarei na estação principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma bagagem que não tinham quando embarcaram... e o que vai me deixar mais feliz será pensar que eu colaborei para que ela tenha crescido e se tornado valiosa.
O grande mistério, afinal, é que jamais saberemos em qual parada desceremos, muito menos nossos companheiros, ou até aquele que está sentado ao nosso lado. 

Façamos com que a nossa estada nesse trem seja tranquila, que tenha valido a pena e que, quando chegar a hora de desembarcarmos, o nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para aqueles que prosseguirem a viagem da vida.

21/07/2011

Amigo

Amigo! é aquela pessoa que o tempo não apaga,
que a distância não esquece,
que a maldade não destroi.

É um sentimento que vem de longe,
que ganha lugar no seu coração,
e você não substitui por nada.....

Amigo! é alguém que você sente presente,
mesmo quando está longe.
Que vem para o seu lado, quando você está sózinho,
e nunca nega um sentimento sincero.....

Ser amigo? não é coisa de um dia.
São atos, palavras e atitutes,
que se solidificam com o tempo e não se apagam mais.
Que ficam para sempre, como tudo que é feito com o coração aberto.....

Que foi que te ensinaram? (Cecília Meireles)

Não digas: “o mundo é belo”.
Quando foi que viste o mundo?

Não digas: “o amor é triste”.
Que é que tu conheces do amor?

Não digas: “a vida é rápida”.
Como foi que mediste a vida?

Não digas: “eu sofro”.
Que é que dentro de ti és tu?

Que foi que te ensinaram:
Que era sofrer?

Para Pessoas Especiais

Durante a nossa vida,
Passamos por muito lugares.
Vivemos momentos que não voltarão,
E que deixaram na memória apenas as lembranças.

Encontramos pessoas as quais não lembramos,
e outras que jamais esqueceremos.
Talvez pelo simples olhar, seu falar, seu sorriso,
ou talvez pelo fato de teram cruzado o nosso caminho.
Outras por terem nos magoado, por nos fazer sofrer.....


Saudade das conversas, das brincadeiras, dos sorrisos.
Das lágrimas derramadas, do não falar.
Essas pessoas! são especiais e fazem parte de nossas vidas.

Eu tenho um sonho (Paulo Pacheco)

Meu sonho é um sonho bobo.
É um sonho de liberdade,
que se soma ou se confunde com dignidade.

É um sonho, que como todo sonho,
é irreal enquanto sonho, 
mas é real enquanto é norte para luta.

Minha luta é com as armas que tenho,
minhas armas são minhas idéias,
minhas idéias jogo no ar com minhas letras,
são elas baseadas no que creio.
O que creio, são os valores que aprendi.

Meu sonho, minha luta, meu caminho.
Debato, discuto.
Ainda que discutir e debater,
nada mais sejam,
que jogar palavras ao vento.

Nada valem os sonhos,
se eles não transformam.
Nada valem os sonhos se são inúteis.
Sonhos inúteis, nada mais são que ambições fúteis,
de pessoas vazias.

Eu tenho um sonho.......

19/07/2011

Mensagem a um desconhecido (Cecília Meireles)

Teu bom pensamento longínquo me emociona.
Tu, que apenas me leste,
acreditaste em mim, e me entendeste profundamente.

Isso me consola dos que me viram,
a quem mostrei toda a minha alma,
e continuaram ignorantes de tudo que sou,
como se nunca me tivessem encontrado.

18/07/2011

O Fácil e o Difícl no Amor - A. Jabour

É fácil trocar palavras, difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado, difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto, difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos, difícil é reter o seu calor!
É fácil sentir o amor, difícil é conter sua torrente!

Quem dera o amor não fosse um sentimento,
Mas uma equação matemática: Eu linda + Você inteligente = Dois Apaixonados.
 
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio.
Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas,
bons motoristas e bons pais de família, está assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito do amor da sua vida...

Conclusões de Aninha - Último texto de Cora Coralina

Estavam ali parados. Marido e mulher.
Esperavam o carro. E foi que veio aquela da roça
tímida, humilde, sofrida.
Contou que o fogo, lá longe, tinha queimado seu rancho,
e tudo que tinha dentro.
Estava ali no comércio pedindo um auxílio para levantar
novo rancho e comprar suas pobrezinhas.


O homem ouviu. Abriu a carteira tirou uma cédula,
entregou sem palavra.
A mulher ouviu. Perguntou, indagou, especulou, aconselhou,
se comoveu e disse que Nossa Senhora havia de ajudar
E não abriu a bolsa.
Qual dos dois ajudou mais?


Donde se infere que o homem ajuda sem participar
e a mulher participa sem ajudar.
Da mesma forma aquela sentença:
"A quem te pedir um peixe, dá uma vara de pescar."
Pensando bem, não só a vara de pescar, também a linhada,
o anzol, a chumbada, a isca, apontar um poço piscoso
e ensinar a paciência do pescador.
Você faria isso, Leitor?
Antes que tudo isso se fizesse
o desvalido não morreria de fome?
Conclusão:
Na prática, a teoria é outra.

Ensinamentos

A vida me ensinou...
A pedir perdão;
A sonhar acordado;
A acordar para a realidade: sempre que fosse necessário;
A aproveitar cada instante de felicidade;
A chorar sem vergonha de demonstrar;

Me ensinou a ter olhos para 'ver e ouvir estrelas', embora nem sempre consiga entendê-las; 

Me ensinou a ver o encanto do pôr-do-sol;
A sentir a dor do adeus e do que se acaba,
Sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser;
A abrir minhas janelas para o amor;
A não temer o futuro;
 
Me ensinou e está me ensinando a aproveitar o presente, como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesma tenha que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher.

Reflexões de Charles Chaplin

A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.

Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá
por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.

Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?


PORTAS DA VIDA


Hoje dei por mim pensando na vida... e imaginei-a como sendo um corredor, longo ou curto, depende de cada pessoa... no meu caso imaginei um longo corredor, daqueles dos antigos palacetes, cheio de portas de um lado e do outro. 
Estranhamente, não consegui vislumbrar o final desse corredor, parecia não ter fim... Mas tinha portas, verdes (não sei porquê esta cor), muitas, imensas portas...

Depois, pus-me a pensar no significado das portas... 
E encarei as portas como sendo as escolhas que vamos fazendo, as decisões que vamos tomando, os caminhos que vamos escolhendo ao longo da nossa vida.

A vida apresenta-nos diversas circunstâncias, em que diversas portas se apresentam perante nós. 
Temos que decidir quais as portas a abrir e nem todas as portas são a melhores escolhas.

Umas portas são escolhas acertadas, escolhas doces e felizes, são portas onde os sorrisos e o otimismo, onde o sonho e o bem-estar se apresentam no outro lado. 
São portas tão fáceis de abrir, mas tão dificilmente escolhidas... Não sei bem porquê, mas a verdade é que tendemos a escolher muitas poucas vezes estas portas.

Outras portas são escolhas mais frequentes, mas também mais infelizes. 
Por elas atravessamos para a dor, para o desespero, para o amor fracassado e proibido, para as incertezas... 
São portas nascidas em lágrimas, que a vida não hesita em apresentar-nos e nós em escolhermos...

Outras ainda são aquelas que queríamos abrir, pelas quais sentimos um grande fascínio, mas que não se abrem... 
Por variadíssimas razões: (1) perdemos a chave; (2) não temos nem nunca tivemos a chave; (3) a fechadura está de tal forma enferrujada que não se deixa abrir; (4) são portas que não foram feitas para ser abertas por nós ou mesmo por ninguém...

O problemas das portas que estão no corredor que é a nossa vida é que as boas são difíceis de encontrar, difíceis de escolher, mas muito fáceis de fechar. 
E as más, as portas más e traiçoeiras, são fáceis de encontrar, fáceis de escolher, mas muitíssimo difíceis de fechar. 
Abrindo uma porta dessas na nossa vida, dificilmente a poderemos fechar e deixá-la esquecida quando quisermos sair. 
É um capítulo que não se deixa fechar facilmente, que deixa marcas em nós... 
E, por vezes, aquelas portas que mais queremos abrir, contra as quais nos batemos, nas quais empenhamos tanta da nossa energia, ficam imóveis e, quase teimosamente, não se abrem para nós.

E eu...

... tenho algumas portas por fechar... embora ache que aos poucos o estou conseguir fazer
.
... vejo-me com alguma frequência tentando abrir portas que quero abrir, mas não consigo... embora já tenha desistido de algumas

... tenho medo de abrir mais portas, tenho medo de abrir uma das más, daquelas difíceis de fechar... embora saiba que quem quer ser feliz não pode ter medo, e eu VOU SER FELIZ!

“O tempo muito ensinou” (Cora Coralina)

Eu sou aquela mulher
a quem o tempo
muito ensinou.
Ensinou a amar a vida.
Não desistir da luta.
Recomeçar na derrota.
Renunciar a palavras e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos.
Ser otimista.

Creio numa força imanente
que vai ligando a família humana
numa corrente luminosa
de fraternidade universal.
Creio na superação dos erros
e angustias do presente.

Acredito nos moços
Exalto sua confiança,
generosidade e idealismo.
Creio nos milagres da ciência
e na descoberta de uma profilaxia
futura dos erros e violências
do presente.

Aprendi que mais vale lutar
do que recolher dinheiro fácil.
Antes acreditar do que duvidar.

SOB O EFEITO DA LUA

Rompida a face da manhã, o que lhe sobra senão as cores do tudo em torno? Da pouca luz, recolhe cada peça de roupa largada pelo caminho entre a sala e a varanda, e procura sobrepor à memória caída no ladrilho a sensação de que o tempo, esse filho bastardo dos acontecimentos, pode, por fim, ser submetido.

Mas sentir não é tudo: não pode, com sua percepção difusa, apreender todas as faces do sucedido. E o fato é que ela está ali, nua, deitada, meio de lado, meio de bruços, os cabelos lhe cobrindo o rosto, as coxas entremostrando as delícias, a bunda poderosa, empinada, maravilhosa, desafiando o sereno que o sol logo evaporará.

Ali, de pé, abraçado às roupas, ele contempla. E insiste em sobrepor-se ao ocorrido, à noite que fora sua, à vertigem do encontro entre dois mundos. Todavia, não logra superar a lembrança do olhar dela, de ira e reconhecimento por ver desvendado aquele ponto de seu segredo.

Ali, parado, contemplando, reveria a cena: ela encaixada em sua pelve, a mão direita no chão; a esquerda, agarrada à sua nuca. Ele afasta os joelhos e abaixa sutilmente o quadril. Os olhos dela lampejam, entre agradecidos e indignados. Ele não sabe de onde vem o uivo que se segue. Só sabe que não é dela. Quando dá por si, estão colados, ofegantes. Suas pernas, dobradas ao peso de dois, doem muito.

O que fazer para reter tudo? Como não permitir que o tempo minta também sobre isso?

Antes que a manhã o dissolva – ali, parado, roupas no colo, contemplando – ele tenta desesperadamente encontrar um modo de fazer durar o instante em que fora inteiro.

Uma "Relação Global" entre EUA e Brasil - Sul21

segunda-feira, 18 de julho de 2011




Na semana passada foi divulgado o relatório do Council on Foreign Relations (CFR) sobre as relações entre Brasil e Estados Unidos. Elaborado por acadêmicos e ex-diplomatas, o documento argumenta que os EUA precisam reconhecer a ascensão brasileira ao status de ator global e defende que Obama tome várias medidas de boa vontade, como declarar apoio ao pleito do Brasil por vaga no Conselho de Segurança da ONU (como já fizeram França, Reino Unido e Rússia) e faciltar o acesso ao mercado americano do etanol brasileiro.

O CFR é o mais importante centro de pesquisa dos EUA em relações internacionais, e suas publicações têm bastante peso, expressando o consenso entre Democratas e Republicanos nas prioridades em política externa. O teor de suas recomendações sobre o Brasil não é novo: elas têm sido expressadas em maior ou menor grau por líderes dos dois partidos, inclusive pelo presidente Barack Obama e pela secretária de Estado Hilary Clinton. A importância do relatório reside na sistematização dessas propostas e na conjuntura atual, com a severa crise financeira nos Estados Unidos e na Europa.



O documento tem 125 páginas, o tamanho de um pequeno livro, e concentra-se na análise dos últimos 10 anos, com previsões para os próximos anos de que a economia brasileira continuará a crescer, baseada em agricultura, mineração, energia e na expansão da classe média. O relatório afirma que o Brasil será um dos países mais influentes da política internacional no século XXI e que é necessário que os EUA adaptem-se a essa ascensão, inclusive tratando o Brasil menos como um membro da América Latina e mais como um ator global de méritos próprios.

As maiores fragilidades do relatório estão na ausência de discussões sobre a história brasileira e sobre o sistema político doméstico. São fatores fundamentais para entender as ambições e frustrações do país, como sua busca por influência entre outras nações desenvolvimentos, a procura de um papel autônomo na África e no Oriente Médio ou a dificuldades dos governos federais em administrar o “presidencialismo de coalizão” e de implementar reformas abrangentes em áreas como infraestrutura e educação. Me parece que o CFR exagerou no voluntarismo, creditando à presidente Dilma Rousseff mais poder do que ela de fato dispõe, e errou ao acreditar demais em sua retórica, como na suposta reformulação abrangente da diplomacia de direitos humanos.

Seria interessante que alguma universidade ou centro de pesquisa brasileiro tivesse uma iniciativa semelhante e preparasse um um estudo sobre as transformações e crises nos EUA atuais, apontando as perspectivas para a política externa brasileira.

Debate sobre o ateísmo: “Crer e não crer são atos de liberdade”, diz Frei Luiz Susin

Por Sul21


“O ato de crer é, humanamente, um ato de liberdade, e isso supõe a liberdade real de não crer”, diz o Frei Luiz Carlos Susin | Foto: Divulgação
Igor Natusch

Divulgados de forma inédita no Brasil há duas semanas em Porto Alegre, os cartazes da campanha ateísta, que busca combater o preconceito contra ateus, provocaram um intenso debate nas páginas do Sul21. Procurando contemplar diferentes pontos de vista sobre um tema tão polêmico, entrevistamos o presidente da Associação de Ateus e Agnósticos, Daniel Sottomaior, e agora publicamos a entrevista com o teólogo Luiz Carlos Susin, que no debate entre fé e ateísmo só veta as simplificações. “O ato de crer é, humanamente, um ato de liberdade, e isso supõe a liberdade real de não crer”, diz Susin.
Leia mais:
- Primeira campanha ateísta do Brasil é lançada em Porto Alegre
– Cartazes dividem opiniões: “Melhor ser ateu do que não ser nada”
- “Queremos a normalidade’, diz líder de associação de ateus
Frei capuchinho, Luiz Carlos Susin é doutor em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma e professor no programa de pós-graduação em Teologia da PUCRS. Há mais de dez anos integra a equipe editorial da Revista Internacional de Teologia Concilium, editada em sete línguas.
Em entrevista ao Sul21, Susin defende a legitimidade da campanha da associação de ateus, mas faz ponderações em relação à simplificação de algumas das mensagens divulgadas, que poderiam provocar mal entendidos, e alerta que também o ateísmo pode flertar com o fundamentalismo. “Ambos podem crescer juntos e aumentar suas porções de ódio na mesma proporção”, afirma o teólogo, por e-mail, já que se encontra em viagem ao Europa e aos Estados Unidos.
Sul21 – Porto Alegre foi a primeira cidade brasileira a divulgar outdoors de conteúdo ateísta, pedindo o fim do preconceito contra os ateus. O senhor considera legítima essa manifestação? Qual a sua primeira impressão ao ter contato com a campanha?
Luiz Carlos Susin – É importante reconhecer a legitimidade desta manifestação pública. Pessoalmente, me acostumei, exatamente como teólogo cristão, a viver em ambiente acadêmico em que o debate e o “contraditório” são importantes para todas as partes. Tenho colegas e amigos ateus, e tanto na vida prática como na reflexão da fé cristã entendo que o ateísmo é companheiro legítimo da fé. Ou seja, o ato de crer é, humanamente, um ato de liberdade, e isso supõe a liberdade real de não crer. Crer sem liberdade – crer por medo, por submissão – é fé infantil e, com o tempo, se torna “infantilizante” e até perigosa. O filósofo judeu Emmanuel Lévinas costumava lembrar que, no caminho de um monoteísmo maduro há uma estação sem Deus, vazia de fé. Ou ainda, numa paráfrase de um dos primeiros pensadores cristãos, Tertuliano (“A alma é naturalmente cristã”), ele justificava que “a alma é naturalmente ateia”, pois a fé não é uma obrigação de natureza, é mais um ato de amor, tem mais a ver com as relações eróticas – o fervor – do que com as reflexões intelectuais, embora a reflexão intelectual tenha um papel importante.
Sul21 – O senhor acredita que há, de fato, discriminação contra ateus no Brasil?
Luiz Carlos Susin – Evidentemente não posso falar por mim, não é a minha experiência, mas acolho como verdadeira e legítima a reclamação. Aprendi com as mulheres, com os negros, com os gays, com os índios, que as minorias ou os que são considerados como minoria são vulneráveis à discriminação e à formação de vítimas expiatórias das maiorias. Penso que quase todos somos, em algum ponto, também minoria, além de sermos, para as outras minorias, parte da maioria. Isso nos ajuda a examinarmos esta questão desde as duas posições e a sermos sensíveis às minorias que não somos nós. Os diferentes de nós que são uma minoria estranha à nossa experiência podem aparecer como ameaça, como gente exótica e portadora de algum mal. Isso é antropológico. Em relação aos ateus, isso é ainda mais complicado, porque normalmente os que têm fé em Deus consideram Deus a fonte do bem, da inspiração ética. Daí a pensar os “sem Deus” como alguém sem ética é um passo em falso: assim como há muitas formas de crer e há religiosos que são muito maus, há também muitas formas de ser ateu, e há ateus que são muito éticos. E de ateu todos temos um pouco: a fé que não se expõe à “não fé” e não reconhece suas áreas de ateísmo, é uma acomodação criticável. Os ateus, como todos os que são diferentes, integram uma lição importante para a sociedade.

Luiz Carlos Susin: "A religião não é sem consequência, ela molda o caráter, inclusive negativamente quando é mal compreendida e mal praticada. O ateísmo também molda o caráter e influencia as relações, pois há ateísmos mais respeitosos e há ateísmos militantes que se tornam tão agressivos como o que pretendem combater" | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Sul21 – Alguns dos outdoors colocam uma imagem de Charles Chaplin (ateu) ao lado de Adolf Hitler (que acreditava em Deus), como forma de desconstruir um suposto senso comum de que ateus são pessoas más. Na opinião deles, era importante associar a fé com uma figura negativa (Hitler), para fazer oposição a uma outra ideia: de que a bondade é um sinal de que as pessoas têm “Deus no coração”. Como o senhor recebe esse argumento e como se sente ao ver a imagem do outdoor?

Luiz Carlos Susin – Esse outdoor é um bom exemplo da ambiguidade e da complexidade tanto da fé como do ateísmo. Algo na religião de Hitler andou muito mal. Por outro lado, muito da compaixão que Chaplin revela em seus filmes coincide com as melhores lições de Jesus, e, portanto, tanto a religião como o ateísmo são algo relativo. Mas como esses outdoors não podem ser uma conferência ou um debate em uma sala da universidade, ao simplificar posturas muito complexas, abrem espaço para muitos mal-entendidos, e por isso é bem possível que os efeitos colaterais negativos sejam maiores do que as intenções dos autores. A religião não é sem consequência, ela molda o caráter, inclusive negativamente quando é mal compreendida e mal praticada. O ateísmo também molda o caráter e influencia as relações, pois há ateísmos mais respeitosos e há ateísmos militantes que se tornam tão agressivos como o que pretendem combater.
Sul21 – Um dos anúncios publicados pela ATEA diz: “A fé  não dá respostas. Apenas impede as perguntas”.

Luiz Carlos Susin – Não é uma frase justa, embora historicamente tenha suas razões. Mas dita assim, de forma simplória e universal, desconhece elementos históricos tão importantes quanto. E por isso se torna injusta, merece um debate cuidadoso. Houve e há grandes cientistas que vivem uma fé muito viva, e conheço alguns deles, li outros. Assim como li uma porção de cientistas ateus. A tendência desse tipo de ateísmo é colocar o contraditório entre fé e razão ou fé e ciência. A fé é antes de tudo uma postura existencial, que, como disse antes, tem a ver com a relação amorosa, com o “fervor”, uma forma de “eros religioso”. Um ato de adoração ao amanhecer, que é uma experiência existencial, uma prática anterior a qualquer argumentação, resiste a mil argumentos contrários da razão ao longo do dia. Mas uma fé verdadeira busca compreender também. Quando se fecha à razão, torna-se fundamentalista, fanática e potencialmente agressiva. Costumo comparar a experiência da fé a uma energia atômica: pode ser altamente eletrizante, mas pode ser catastrófica. Nesse sentido, a razão e a ciência se tornam um crivo e uma companhia importante. Os grandes momentos da teologia cristã coincidem com a fé que pergunta e a razão que reconhece a razoabilidade da fé. Por isso a frase do outdoor não é justa, e a simplificação pode se virar contra os seus autores.
Sul21 – O presidente da ATEA, em entrevista ao Sul21, associou religião e o progresso econômico e social de determinados países. Segundo ele, países de esmagadora maioria teísta, em especial na África e na América do Sul, apresentam os piores indicativos, enquanto regiões com maior percentual de ateus, como a Europa, oferecem melhores condições de vida para a população. É uma comparação válida, na sua opinião?

Luiz Carlos Susin – A Europa ocidental é mais desenvolvida porque se adonou da América do Sul e da África como quintal de escravidão da mão de obra e de recursos. Tornaram-se as metrópoles porque colonizaram o resto do mundo e acumularam ganâncias. A partir da Segunda Guerra, isso levou a Europa a um envergonhamento de sua incoerência colocada a nu. Essa nudez virou ateísmo. Como vê, não se pode dar respostas simples a questões muito complexas. Toda resposta simples, toda relação simples de causa e efeito, é inadequada e se torna injusta. Inclusive porque há diversas posições na relação entre essas regiões do mundo e o cristianismo ou o monoteísmo. Os mais otimistas analisam a modernidade como consequência do cristianismo, outros como secularização do cristianismo, e outros como ruptura. Provavelmente haja elementos dos três níveis, mas deve-se incluir aí também o judaísmo e o islamismo, porque muito da modernidade foi trazido à Europa por muçulmanos e buscado no Oriente. Quanto aos indicativos, se entendi bem, são de ordem econômica. Deviam-se buscar também outros indicativos, alguns muito difíceis, como os de felicidade por exemplo.

"Não é uma frase justa, embora historicamente tenha suas razões. Mas dita assim, de forma simplória e universal, desconhece elementos históricos tão importantes quanto" | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Sul21 – A fé  é importante para a nossa sociedade? Em que sentido?

Luiz Carlos Susin – A melhor sociedade para se viver com respeito e justiça é a sociedade com um Estado secular, é o que viemos aprendendo com o tempo. E nisso, em tese, Bento XVI, o Papa atual, concorda com os ateus. Isso não significa um Estado que professe ateísmo, violentando a consciência e a manifestação pública, sempre que pacífica e respeitosa, da população que tem fé. Por isso o Estado deve tutelar a liberdade de expressão de ateus e religiosos de diferentes credos. Creio que nisso concordamos facilmente. Mas em termos práticos, num país como o Brasil, com maioria cristã  e, sobretudo, católica, com uma história arraigada de expressões católicas, o mais importante é perguntarmos sobre o que a fé pode contribuir para uma sociedade com mais justiça e oportunidade para todos, já que a fé é uma grande energia e uma fonte de inspiração. Habermas, dum ponto de vista inteiramente filosófico e laico, em diálogo com Ratzinger, acredita que uma sociedade sólida se constitui de todas as forças que a inspiram, sem discriminar grupos.
Sul21 – O senhor está  indo para os Estados Unidos nos próximos dias. Um dos principais debates entre ateus e teístas nos Estados Unidos é sobre o ensino criacionista em alguns Estados, que coloca a criação do mundo por meio de Adão e Eva no mesmo patamar da teoria evolucionista de Darwin. Não  é um caso onde a religião tenta, de certo modo, deslegitimar a ciência – o que acaba provocando uma reação afirmativa em sentido contrário, com a comunidade científica confrontando a fé?

Luiz Carlos Susin – Claro, concordo com a afirmação que está em sua pergunta. Há uma mistura lamentável de linguagens e de métodos de conhecimento. O conhecimento existencial da fé, que pode ser narrado através de uma literatura simbólica, não é um conhecimento empírico, científico. E o conhecimento científico não pode pretender coincidir com a verdade, como se somente a ciência pudesse dizer toda a verdade. A verdade do amor humano, de nossas origens num mistério de graça, não é captável em laboratório. Mas querer substituir a ciência em sua neutralidade religiosa, ou seja, em seu “ateísmo metodológico”, é uma confusão que provém de uma fé insegura e imatura, que se torna um fundamentalismo agressivo e que acaba gerando malefícios. Confunde aula de ciência com aula de religião, e estraga ambas. Talvez um pouco da militância um tanto messiânica de alguns ateus provenha da inconformidade com esta situação. Os Estados Unidos se tornaram um laboratório importante de debate. Já na Europa, muito do ateísmo passa primeiro pelo anticlericalismo diante das pretensões do velho poder eclesiástico.
Sul21 – Como o senhor explica o aparente crescimento do ateísmo na sociedade contemporânea? O senhor concorda com a tese de que, ao combater o fundamentalismo religioso, o ateísmo também se converte num fundamentalismo?
Luiz Carlos Susin – Não necessariamente. Mas o ateísmo corre o risco de se tornar o irmão gêmeo do fundamentalismo, ambos podem crescer juntos e aumentar suas porções de ódio na mesma proporção. Algumas polarizações, por exemplo na Espanha, parecem ir nessa direção. Mas, como já disse, o ateísmo é uma fase necessária também para a fé, e por isso não vejo primeiramente como um fundamentalismo mas como uma libertação e uma nova forma de busca. Só o ateísmo contente consigo mesmo se torna fundamentalismo, como a fé autosatisfeita.
Sul21 – A religiosidade no mundo contemporâneo deve se tornar mais um modo de ver o mundo do que efetivamente uma crença?
Luiz Carlos Susin – Como há uma diversidade cultural e antropológica muito grande na prática de crenças, há também visões de mundo muito diferentes, e isso é enriquecedor. A própria imagem do que seja o divino, ou “Deus”, ou as múltiplas manifestações divinas narradas nas diferentes crenças, pode ser algo muito estimulante. Como cristão, devo confessar que, se Deus em si mesmo é absolutamente sem nome e sem imagem, como também confessam judeus e muçulmanos ou, de outra forma, hindus e budistas, ele se tornou tão simples e humano na pessoa de Jesus, que somente na simplicidade das relações de carne e osso, nas relações amorosas com as pessoas mais frágeis, é possível um caminho aberto para Deus. Historicamente o cristianismo ficou muito pesado ao se institucionalizar com o império romano e com a filosofia grega. Essa “desinstitucionalização” de muita religiosidade mas sem uma Igreja monolítica é uma passagem necessária para um cristianismo mais maduro, a meu ver. Mas toda mudança, no meio do caminho, é uma situação muito confusa.
Sul21 – É possível que ciência e fé  andem lado a lado? Como?
Luiz Carlos Susin – Não só é  possível, mas é muito importante, e, para a fé, é  essencial em seu crescimento. A ciência ajudou a esclarecer que a fé  não é o lugar de explicação da realidade, mas o lugar do sentido último da realidade, acolhido na liberdade. Há momentos históricos de truculência entre fé e razão – desde os intelectuais romanos que acusavam a fé cristã de ser filosoficamente e politicamente grosseira, até a as ciências modernas que acusam o conhecimento religioso de ser um conhecimento sem objeto, portanto uma fantasia infantil. Mas há momentos de grande confluência, como a dos diferentes olhares sobre a realidade que se aceitam e se estimulam mutuamente, em Tomás de Aquino, ou as diferentes intencionalidades do sujeito. O mesmo sujeito pode ser ao mesmo tempo um cientista examinando as pétalas da flor, um poeta cantando a beleza da flor e um místico que louva o mistério de um criador pela graciosidade da flor.

REFLEXÃO: UM BELO CORAÇÃO


Para que tenhamos um coração belo é preciso saber desde logo o que é a verdadeira beleza e como conquistá-la! De repente, um velho apareceu diante da multidão e disse: "Por que o coração do jovem não é tão bonito quanto o meu?"

A multidão e o jovem olharam para o coração do velho, que estava batendo com vigor, mas tinha muitas cicatrizes. Havia locais em que pedaços tinham sido removidos e outros tinham sido colocados no lugar, mas estes não encaixavam direito, causando muitas irregularidades.

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Em alguns pontos do coração, faltavam pedaços. O jovem olhou para o coração do velho e disse: "O senhor deve estar brincando... Compare nossos corações. O meu está perfeito, intacto e o seu é uma mistura de cicatrizes e buracos!" "Sim! - disse o velho. Olhando, o seu coração parece perfeito, mas eu não trocaria o meu pelo seu." Veja, cada cicatriz representa uma pessoa para a qual eu dei o meu amor.

Tirei um pedaço do meu coração e dei para cada uma dessas pessoas. Muitas delas deram-me também um pedaço do próprio coração para que eu colocasse no meu, mas, como os pedaços não eram exatamente iguais, há irregularidades. Mas eu as estimo, porque me fazem lembrar do amor que compartilhamos. Algumas vezes, dei pedaços do meu coração a quem não me retribuiu. Por isso, há buracos.


Eles doem. Ficam abertos, lembrando-me do amor que senti por essas pessoas... Um dia espero que elas retribuam, preenchendo esse vazio. E então, jovem? Agora você entende o que é a verdadeira beleza? O jovem ficou calado e lágrimas escorriam pelo seu rosto.


Ele aproximou-se do velho. Tirou um pedaço de seu perfeito e jovem coração e ofereceu ao velho, que retribuiu o gesto. O jovem olhou para o seu coração, não mais perfeito como antes, mas mais belo que nunca. Os dois se abraçaram e saíram caminhando lado a lado. Como deve ser triste passar a vida com o coração intacto.


Agora você terá a chance de retirar um pedaço de seu coração e passá-lo para uma pessoa que goste, ou senão guarde-a, e deixe seu coração intacto... Eu retirei um pedacinho especial para você!!!

12/07/2011

JOSÉ DIRCEU ESTÁ ' SERENO E TRANQUILO' SOBRE O MENSALÃO

PÁGINA 64

publicada em 10 de julho de 2011

Ex-ministro José Dirceu durante encontro do
Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores em
 novembro do ano passado (Foto: Antônio Cruz)



O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT-SP) está "sereno e tranquilo" mesmo com a decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em manter as acusações contra ele no processo do mensalão, afirmou nesta sexta-feira (8) o advogado José Luís Oliveira Lima, que defende Dirceu no processo.

José Dirceu foi acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha pelo suposto esquema de pagamento de propina a parlamentares da base aliada para aprovação de projetos de interesse do governo na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Eu tinha esperança de que o MPF (Ministério Público Federal), como fiscal da lei, examinasse devidamente os autos. (...) Meu cliente está sereno e tranquilo e confia na Justiça. Tenho convicção de que, até o final, o plenário do STF vai declarar a inocência do ministro José Dirceu", disse Oliveira Lima.

Nas alegações finais enviadas ao Supremo Tribunal Federal na quinta, Gurgel pediu a manutenção da condenação a 36 dos 40 réus iniciais do processo. O procurador pediu que sejam inocentados Luiz Gushiken e Antônio Lamas, alegando falta de provas. Dois dos 40 citados inicialmente no processo foram excluídos ao longo das investigações: o ex-tesoureiro do PT, Silvio Pereira, que fez acordo com o Ministério Público para prestar serviços à comunidade, e o ex-deputado José Janene, que morreu no ano passado.

No parecer, o procurador diz que Dirceu ainda tem "influência" no PT. Para o advogado de Dirceu, a manifestação do PGR "nada mais é do que uma peça de ficção. Não há no processo nenhuma prova nem circunstância nem fato que incrimine o ex-ministro José Dirceu. É risível a procuração do PGR pleiteando que o ex-ministro seja condenado porque até hoje teria poder no Partido dos Trabalhadores. É inacreditável que o chefe do MPF faça uma afirmação nesse sentido."

Alegações finais
O pedido de condenação para 36 acusados no processo do mensalão foi mantido pelo PGR. Entre eles, além de Dirceu, estão os deputados federais João Paulo Cunha (PT), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara; e Valdemar Costa Neto (PR-SP), também secretário-geral do PR; o ex-deputado federal Roberto Jefferson, presidente do PTB; Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT; e o publicitário Marcos Valério.

O próximo passo do caso que ficou conhecido como escândalo do mensalão, em que parlamentares teriam recebido propina para votar a favor de projetos de interesse do governo Lula, será o voto do relator Joaquim Barbosa, do STF.

A expectativa do próprio relator é de que o julgamento só ocorra no ano que vem.

FHC SÓ FALA BOBAGEM E O ZÉ DIRCEU DA UMA RESPOSTA DIRETA: OPOSIÇÃO ESTÁ "ORFÃ DE PROJETOS"


Em resposta a FHC, Dirceu diz que oposição está 'órfã' de projetos
http://interessenacional.uol.com.br/artigos-integra.asp?cd_artigo=109

Zé Dirceu "...a oposição está orfã..."
As críticas feitas pela oposição aos governos petistas são reflexos da falta de um projeto alternativo de gestão, afirmou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, em artigo publicado pela Revista Interesse Nacional, na edição deste mês. Nome forte do governo Lula, o ex-ministro voltou a creditar ao PT a parternidade do Bolsa Família e os investimentos na área social. O texto é uma resposta ao artigo 'O Papel da Oposição', escrito pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na edição de abril da revista. A íntegra do artigo do ex-ministro será disponibilizada no site da revista.
'A acusação insustentável de que abandonamos nossa ideologia só pode partir daqueles que, hoje, encontram-se órfãos de um projeto alternativo a apresentar ao País e, por isso, sentem-se compelidos a acusar', escreveu Dirceu. Em seu texto, o tucano definiu como 'cinismo' o discurso petista, que na ocasião anunciou projetos de concessão de aeroportos, prática abertamente criticada pelo PT anos antes.
Dirceu respondeu também aos ataques de Fernando Henrique sobre o que ele chamou de 'atraso do País', ao criticar falhas de infraestrutura, creditadas por FHC à 'ineficiência de agências reguladoras entregues a sindicalistas 'antiprivatizantes' ou a partidos clientelistas'. Com menções ao Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e ao pré-sal, Dirceu afirma que os recentes governos foram responsáveis pela retomada de investimentos no setor. 'A bem da verdade, o ex-presidente parece cobrar por suas próprias (in)ações', considerou.

Fernando Henrique a beira de um
 ataque de nervos
“Os oposicionistas para serem ouvidos precisam ter o que dizer”. Ou então: “Na verdade, falta-nos estratégia. Estratégia não é plano de ação: é o peso relativo que se dá às questões desafiadoras do futuro somado à definição de como as abordaremos”. Zé Dirceu PT
Sobre a relação do governo com os partidos aliados, o ex-ministro defendeu as alianças e qualificou as tensões existentes como práticas necessárias ao exercício da democracia. 'O que há de se estranhar é a nomeação de personagens que em nada guardam relação com as funções para as quais são indicadas, algo muito frequente nos governos estaduais do PSDB em São Paulo, por exemplo.'
Dirceu elogiou a 'coragem' de FHC por reconhecer as fragilidades do PSDB, ao escrever sobre a falta de estratégia política e a necessidade de definir um publico-alvo. A ideia de que o PSDB deveria desistir de tentar falar com o 'povão' causou repercussão, e certo mal-estar, dentro do próprio partido. 'Finalmente dá-se o braço a torcer de que foi o governo Lula e do pt que se voltou para essas camadas menos favorecidas', afirmou Dirceu.

11/07/2011

Reglas del juego para los hombres que quieren amar a mujeres (Giocoda Belli)

I
El hombre que me ame
deberá saber descorrer las cortinas de la piel,
encontrar la profundidad de mis ojos
y conocer la que anida en mí,
la golondrina
transparente de la ternura.
II
El hombre que me ame
no querrá poseerme como una mercancía,
ni exhibirme como un trofeo de caza,
sabrá estar a mi lado
con el mismo amor
con que yo estaré al lado suyo.
III
El amor del hombre que me ame
será fuerte como los árboles de ceibo,
protector y seguro como ellos,
limpio como una mañana de diciembre.
IV
El hombre que me ame
no dudará de mi sonrisa
ni temerá la abundancia de mi pelo
respetará la tristeza, el silencio
y con caricias tocará mi vientre como guitarra
para que brote música y alegría
desde el fondo de mi cuerpo.
V
El hombre que me ame
podrá encontrar en mí
la hamaca para descansar
el pesado fardo de sus preocupaciones
la amiga con quien compartir sus íntimos secretos,
el lago donde flotar
sin miedo de que el ancla del compromiso
le impida volar cuando se le ocurra ser pájaro.
VI
El hombre que me ame
hará poesía con su vida,
construyendo cada día
con la mirada puesta en el futuro.
VII
Por sobre todas las cosas,
el hombre que me ame
deberá amar al pueblo
no como una abstracta palabra
sacada de la manga,
sino como algo real, concreto,
ante quien rendir homenaje con acciones
y dar la vida si necesario.
VIII
El hombre que me ame
reconocerá mi rostro en la trinchera
rodilla en tierra me amará
mientras los dos disparamos juntos
contra el enemigo.
IX
El amor de mi hombre
no conocerá el miedo a la entrega,
ni temerá descubrirse ante la magia del
enamoramiento
en una plaza pública llena de multitudes
Podra gritar —te quiero—
o hacer rótulos en lo alto de los edificios
proclamando su derecho a sentir
el más hermoso y humano de los sentimientos.
X
El amor de mi hombre
no le huirá a las cocinas
ni a los pañales del hijo,
será como un viento fresco
llevándose entre nubes de sueño y de pasado
las debilidades que, por siglos, nos mantuvieron
separados
como seres de distinta estatura
XI
El amor de mi hombre
no querrá rotularme o etiquetarme,
me dará aire, espacio,
alimento para crecer y ser mejor,
como una Revolución
que hace de cada día
el comienzo de una nueva victoria.