Sob o meu olhar

Aqui neste blog, vocês poderão ver, ler e comentar a respeito do que escreverei. Por meio deste meu olhar sincero, tentarei colocar artigos e dar minha opinião sobre questões atuais como politica, problemas sociais, educação, meio ambiente, temas que tem agitado o mundo como um todo. Também escreverei poesias e colocarei poemas de grande poetas que me afloram a sensibilidade, colocarei citações e frases pequenas para momentos de reflexão.
É desta forma que vou expor a vocês o meu olhar voltado para o mundo.

01/01/2012

CORREGEDORA DO CNJ, ELIANA CALMON, ABALOU AS ESTRUTURAS DO CENTRO IRRADIADOR DA DESIGUALDADE SOCIAL E ECONÔMICA


Publicado por  


Calmon atingiu o centro estrutural da corrupção e da desigualdade









A democracia brasileira ficou grande demais para o judiciário aristocrático, arrogante, vitalício e pomposo que tem. Parado no tempo, talvez no tempo do império, o judiciário brasileiro se tornou anacrônico diante das transformações sociais e econômicas do Brasil nos últimos 20 anos de democracia.

A situação se agravou ainda mais nos últimos anos com as transformações econômicas, ascensão de uma nova classe média, multiplicidade de meios de comunicação, mesmo os tradicionais, novas formas de se informar como a internet e todas as novas tecnologias.

Há uma primavera democrática no Brasil dentro da própria democracia. Há grupos hegemônicos de mídia ainda com grande poder, mas esse poder está relativizado e ameaçado por uma legião de jovens, adultos e velhos educados nas últimas décadas e que se utilizam de redes sociais e novos espaços de interação e comunicação.

O Brasil talvez ainda não tenha se dado conta do tamanho e do significado da luta de Eliana Calmon, corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Essa não é uma questão que está limitada ao simples combate à corrupção, ela é infinitamente maior.  Eliana Calmon foi no calcanhar da mais odiosa herança brasileira, a impunidade, a desigualdade econômica e social; foi direto no “olha com quem está falando”, no “cada macaco no seu galho”.

A corregedora mexeu no alicerce de 500 anos de história de autoritarismo, arrogância, desigualdade, cordialidade e conservadorismo jurisdicional. Eliana foi no alvo, no centro irradiador da desigualdade brasileira, que é a estrutura judiciária. É ali, na arquitetura, na ostentação, na vestimenta, no ritual, que se conserva e se legaliza a modernidade desigual e corrupta do país.

 Um exemplo dessa situação é o  STJ  (Superior Tribunal de Justiça) que tem 33 juízes e 3.759 funcionários, ou seja,  100 funcionários para cada juiz,  e uma dotação orçamentária em 2010 de R$ 940 milhões, ou seja,  quase R$ 30 milhões para cada ministro. Que justiça se faz com 33 juízes gastando R$ 1 bilhão para funcionar.  Isso não é um tribunal, é uma barbaridade!

Há uma lei muito clara que nossos desembargadores ignoram: quanto mais abusos e privilégios, menos justiça. Essa é uma lógica que tem agraciado parte da elite brasileira que se beneficia dessa estrutura perversa sustentada por séculos.  Isso se reflete na atuação da própria justiça, que anula investigações como Castelo de Areia e Satiagraha, que beneficia políticos e empresários que, assim como os tribunais perdulários, usam e abusam do dinheiro público.

O apoio que teve da sociedade, o titubeada de órgãos da mídia, e a oposição raivosa de associações de juízes torna evidente que Eliana Calmon chegou ao centro estrutural da desigualdade brasileira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário