Sob o meu olhar

Aqui neste blog, vocês poderão ver, ler e comentar a respeito do que escreverei. Por meio deste meu olhar sincero, tentarei colocar artigos e dar minha opinião sobre questões atuais como politica, problemas sociais, educação, meio ambiente, temas que tem agitado o mundo como um todo. Também escreverei poesias e colocarei poemas de grande poetas que me afloram a sensibilidade, colocarei citações e frases pequenas para momentos de reflexão.
É desta forma que vou expor a vocês o meu olhar voltado para o mundo.

29/01/2012

A MORTE DE GANDHI (José Lisboa Mendes Moreira)


Recanto das Letras

     
               
                                                  
Há sessenta e quatro anos, em 30 de janeiro de 1948, Mohandas Karamchand Gandhi, o libertador da Índia, foi morto com três tiros por um fanático hindu.

Na véspera, aquele a que chamavam Mahatma ( Grande Alma )  disse a sua sobrinha-neta Manu: “ Se eu receber uma bala em meu peito, sem um gemido e com o nome de Rama em meus lábios, deverás dizer que fui um verdadeiro Mahatma. Caso contrário, declara ao mundo que eu era um falso Mahatma”.

No momento em que o assassino, Nathuram Godsé, atirou em seu peito ele murmurou: “ He, Rama!” ( Oh, Deus!). Com as palmas das mãos cerradas uma contra a outra, caiu morto no mesmo instante. Para Gandhi, Rama não era o personagem histórico do Ramayana. “ O meu Rama – disse ele – é o eterno, o não-nascido”.
Gandhi era um cidadão particular, sem riqueza, sem bens de raiz, sem posição oficial, sem títulos de nobreza, sem realizações científicas.Não obstante, em suas exéquias, os chefes de todos os governos e os cabeças de todas as religiões prestaram homenagem àquele homem esquelético e escuro, de setenta e oito anos, que se vestia com um pano que mal lhe chegava aos joelhos.

Ele já se vestira como um ocidental.Advogado, formado em Londres, até se vestia com uma certa elegância. Foi no decurso de sua campanha pela independência da Índia que resolveu se vestir com um simples khadi ( pano de algodão) que ele mesmo produzia artesanalmente. Persuadiu milhares de indianos a fazerem o mesmo, para deixarem de comprar tecidos ingleses.

Esta foi uma das duas etapas  marcantes de sua luta pela liberdade de seu país. A outra, foi o protesto contra o monopólio do sal pelo governo britânico. Gandhi, já então com 60 anos e com a saúde débil, encetou uma caminhada de 320 km até o mar, para extrair o sal de suas águas. Apoiado num bordão de bambu, andou durante 25 dias e, a cada dia, mais e mais adeptos se juntavam a ele.
No vigésimo quinto dia, os caminhantes chegaram á beira do oceano Índico. Perante milhares de espectadores, inclusive jornalistas e cinegrafistas do mundo inteiro, Gandhi abaixou-se e apanhou um punhado de sal, em desafio ao Império Britânico. Daí em diante, os camponeses entravam na água, com panelas, e de lá retiravam o sal, arrostando a lei do monopólio.

Com sua força espiritual, e suas táticas não-violentas de resistência civil, o Mahatma conquistou a independência da Índia. Não conseguiu evitar, entretanto, a luta entre hindus e muçulmanos. Dessa luta resultou, inteiramente contra a sua vontade, o surgimento de um país muçulmano separado: o Paquistão.

Consumada a divisão do território, Gandhi se conformou e passou a trabalhar pela paz entre as duas novas nações.

Foram hindus, inconformados com a partição do país, que armaram o braço do assassino.

                                                    

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