Sob o meu olhar

Aqui neste blog, vocês poderão ver, ler e comentar a respeito do que escreverei. Por meio deste meu olhar sincero, tentarei colocar artigos e dar minha opinião sobre questões atuais como politica, problemas sociais, educação, meio ambiente, temas que tem agitado o mundo como um todo. Também escreverei poesias e colocarei poemas de grande poetas que me afloram a sensibilidade, colocarei citações e frases pequenas para momentos de reflexão.
É desta forma que vou expor a vocês o meu olhar voltado para o mundo.

19/01/2012

Caso verídico, portanto não ria... Diretamente da Terrinha...


Coisas de patrício...
Transmito explicação de um operário português, acidentado no trabalho, a sua Cia. seguradora. 
(A Cia. de Seguros havia estranhado tantas fraturas, e em uma só pessoa num mesmo acidente). 
Chamo a atenção para o fato de que se trata de um caso verídico, cuja transcrição foi obtida através de cópia 
dos arquivos da cia. seguradora envolvida. O caso foi julgado no Tribunal da Comarca de Cascais, Lisboa, Portugal
À Cia. Seguradora.
Exmos. Senhores,
Em resposta ao seu gentil pedido de informações adicionais, esclareço:
No quesito nr. 3 da comunicação do sinistro mencionei: "tentando fazer o trabalho sozinho" como causa do meu acidente.
Em vossa carta V. Sas. me pedem uma explicação mais pormenorizada, pelo que espero sejam suficientes 
os seguintes detalhes:
Sou assentador de tijolos e no dia do acidente estava a trabalhar sozinho num telhado de um prédio de 6 (seis) andares. 
Ao terminar meu trabalho, verifiquei que havia sobrado 250 kg de tijolos. 
Em vez de os levar a mão para baixo (o que seria uma asneira), decidi colocá-los dentro de umbarril, e, com ajuda de uma 
roldana, a qual felizmente estava fixada em um dos lados do edifício (mais precisamente no sexto andar), 
descê-lo até o térreo.
Desci até o térreo, amarrei o barril com uma corda e subi para o sexto andar, de onde puxei o dito cujo para cima, 
colocando os tijolos no seu interior.
Retornei em seguida para o térreo, desatei a corda e segurei-a com força para que os tijolos (250kg) descessem 
lentamente.
Surpreendentemente, senti-me violentamente alçado do chão e, perdendo minha característica presença de espírito, 
esqueci-me de largar a corda..
Acho desnecessário dizer que fui içado do chão a grande velocidade.
Nas proximidades do terceiro andar dei de cara com o barril que vinha a descer. 
Ficam, pois, explicadas as fraturas do crânio e das clavículas.
Continuei a subir a uma velocidade um pouco menor, somente parando quando os meus dedos ficaram entalados na 
roldana. 
Felizmente, nesse momento já recuperara a minha presença de espírito e consegui, apesar das fortes dores, agarrar 
a corda.
Simultaneamente, no entanto, o barril com os tijolos caiu ao chão, partindo seu fundo. Sem os tijolos, o barril pesava 
aproximadamente 25kg.
Como podem imaginar comecei a cair vertiginosamente, agarrado à corda, sendo que, próximo ao terceiro 
andar, quem encontrei? Ora, pois, o barril quer vinha a subire. 
Ficam explicadas as fraturas dos tornozelos e as lacerações das pernas.
Felizmente, com a redução da velocidade de minha descida, veio minimizaros meus sofrimentos quando caí em cima dos
tijolos  embaixo, pois felizmente só fraturei três vértebras.
No entanto, lamento informar que ainda houve agravamento do sinistro, pois quando me encontrava caído sobre os tijolos 
estava incapacitado de me levantar, porem pude finalmente soltar a corda. 
O problema é que o barril, que pesava mais do que a corda, desceu e caiu em cima de mim fraturando-me as pernas.
Espero ter fornecido as informações complementares que me haviam sido solicitadas.
Outrossim, esclareço que este relatório foi escrito por minha enfermeira, pois os meus dedos ainda guardam a forma da 
roldana.
Atenciosamente,
Antonio Manuel Joaquim Soares de Coimbra

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