Por Blog do Miro
Causa profunda estranheza o esforço que a TV Globo e revista Veja
estão fazendo para derrubar o ministro do esporte, Orlando Silva, sem
se preocupar em apurar a verdade dos fatos.
Sabe-se que as denúncias são
fracas, os denunciantes suspeitos, com comportamento suspeito, enquanto
o ministro comporta-se de forma destemida, como quem enfrenta máfias.
Mesmo assim a TV Globo e a revista Veja, fazem de tudo para NÃO procurar
a verdade e forçar a barra só no noticiário negativo de bate-boca e
boatos, não concedendo o princípio da presunção de inocência até que
apareçam provas.
A TV Globo tem uma profunda relação de parceria em
negócios com os cartolas do futebol brasileiro, cuja figura máxima é o
presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
A Globo ganha todas, e sem
concorrência, sabe-se lá como: os direitos de transmissão do Brasileirão
e dos jogos da Seleção Brasileira, em negociações entre quatro paredes
sem qualquer transparência pública.
O governo Dilma, através do ministro do esporte, tem contrariado interesses da FIFA e da CBF. Tem publicado tudo sobre a Copa-2014 no portal da transparência.
Talvez esteja contrariando interesses cruzados da TV Globo, sem saber.
Um interessante
caminho para desvendar essa caixa-preta do futebol brasileiro é seguir o
dinheiro.
O escândalo de subornos na FIFA, que atinge o presidente da
CBF, Ricardo Teixeira, teve seu estopim em 2001, cuja causa é atribuída
ao pagamento de 60 milhões de dólares feito pela TV Globo por direitos
de transmissão da Copa de 2002.
Relembre essa notícia de 2008, publicada
na imprensa Suíça, a partir do documento de 179 páginas do Tribunal
Penal de Zug, na Suíça: Tribunal suíço faz graves acusações à Fifa.
O
Tribunal Penal do cantão (estado) de Zug, na Suíça, publicou detalhes da
sentença proferida em julho passado sobre o caso de corrupção
envolvendo a ISL, em que os juízes fazem sérias acusações contra a
Fifa.
O documento de 179 páginas comprova que, através de empresas,
fundações e “caixas dois” do conglomerado ISL/ISMM, foram pagos subornos
no valor de 138 milhões de francos (US$ 115 milhões) a altos dirigentes
esportivos.
Seis executivos do grupo ISL/ISMM, ex-número 1 do marketing
esportivo mundial, foram levados ao banco dos réus no julgamento
iniciado em Zug no começo deste ano.
Três deles foram inocentados. Os
outros três – incluindo o “homem do cofre” Jean-Marie Weber – levaram
multas.
Além dos 138 milhões transferidos às contas de cartolas em todo o
mundo, ainda estavam previstos mais 18 milhões de francos para
propinas, mas este dinheiro acabou sendo bloqueado por ocasião da
falência da firma em 2001.
Inicialmente, em 2001, a Fifa havia dado
queixa contra a ISL/ISMM, supostamente por causa de um pagamento
antecipado de 60 milhões de dólares feito pela TV Globo por direitos de
transmissão da Copa de 2002, que a ISMM teria desviado para uma conta
“secreta” em Liechtenstein, fora do controle da Fifa.
Em 2004,
surpreendentemente, a Fifa declarou não ter mais interesse em um
processo penal. “Isso nunca foi justificado”, lê-se na sentença do
tribunal.
Argumentação “confusa”. O texto da sentença agora acusa a Fifa de
ter tido um “comportamento enganoso, que, em parte, dificultou a
investigação”.
A cooperação da entidade máxima do futebol com o juiz
encarregado do caso “nem sempre ocorreu em conformidade com o melhor
entender nem foi baseada no princípio da fidelidade e
credibilidade”.
Segundo a sentença citada por vários jornais, na
terça-feira (25/11), a Fifa teria “silenciado” sobre conhecimentos
internos e usado deliberadamente uma argumentação “confusa”.
Por isso, a entidade foi obrigada a pagar uma parte dos custos de investigação.
Durante o processo, advogados dos acusados chegaram a fazer graves denúncias de cumplicidade.
Por exemplo, dois presidentes da
Fifa, Joseph Blatter e seu antecessor, o brasileiro João Havelange,
teriam exigido a permanência do “homem do cofre” Jean-Marie Weber no
comando da ISL.
Do contrário, não seriam mais firmados contratos com a agência.
Desta forma, os pagamentos teriam obtido o status de “acordos
formais obrigatórios”.
Na linguagem oficial, os pagamentos de subornos eram chamados de “custos de compra de direitos”.
O sistema de fraude
teria sido instalado com ajuda de autoridades fiscais suíças e renomados
escritórios de advocacia, conforme documenta a sentença.
Isso foi
facilitado pelo fato de o suborno de pessoas físicas (este é o status
dos cartolas do esporte), pela lei Suíça da época, no período de 1989 a
2001, não era crime.
Para poder declarar os contratos bilionários da ISL
com a Fifa, o COI, a Uefa, Fina, Fiba, ATP, FIAA, entre outras, como
“contrários aos bons costumes”, era necessário haver contratos entre
corruptores e corrompidos.
O “homem do cofre”Jean-Marie Weber, que ainda
trabalha para a Federação Internacional de Atletismo (FIAA), a Federação
Africana de Futebol e tinha credenciamento do COI para os Jogos
Olímpicos de Pequim, conhece os nomes de todos os que receberam dinheiro
da ISL.
Numa entrevista, ele disse que levará esses nomes para o túmulo.
A sentença resume as informações escritas e orais sobre práticas de corrupção de quatro dos seis acusados.
Através dessas informações e
do texto de acusação da Promotoria Pública de Zug, é descrito um sistema
pelo qual a ISL dominou o esporte mundial durante 20 anos.
Segundo o
jornal suíço NZZ, embora a maioria dos “beneficiados” mencionados na
documentação do processo continue nos seus cargos – como, por exemplo,
os membros do Comitê Executivo da Fifa Nicolas Leóz (Paraguai) e Ricardo
Teixeira (Brasil) –, nenhuma entidade esportiva tomou iniciativas de
esclarecimento.
O processo envolvendo a ISL ainda não está completamente concluído.
Duas investigações ainda estão em curso para descobrir o
paradeiro de mais receptores de propinas. Além disso, ainda não
esclarecido se a Fifa pagou ou não 2,5 milhões de francos a Jean-Marie
Weber para fechar um assim chamado “acordo para ocultar a corrupção”.
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