meu corpo lindo, meu fogo posto.
Eira de milho,
luar de Agosto,
quem faz um filho,
fáz-lo por gosto.
É milho-rei,
milho vermelho, cravo de carne,
bago de amor.
Filho de um rei,
que sendo velho,
volta a nascer,
quando há calor.
Minha palavra dita à luz do sol nascente,
meu madrigal de madrugada.
Amor, amor, amor, amor, amor presente,
em cada espiga desfolhada.
Minha raiz de pinho verde,
meu céu azul tocando a serra,
oh minha água e minha sede,
oh mar ao sul da minha terra.
É trigo loiro,
é além tejo,
o meu país,
neste momento,
o sol o queima,
o vento o beija,
seara louca em movimento.
Minha palavra dita à luz do sol nascente,
meu madrigal de madrugada
Amor, amor, amor, amor, amor presente,
em cada espiga desfolhada.
Olhos de amêndoa,
cisterna escura, onde se alpendra,
a desventura.
Moira escondida,
moira encantada,
lenda perdida,
lenda encontrada.
Oh minha terra,
minha aventura,
casca de noz,
desamparada.
Oh minha terra,
minha lonjura,
por mim perdida,
por mim achada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário