Portal Vermelho
Nesta terça-feira (7), a presidente da Argentina, Cristina Kirchner anunciou que vai apresentar uma queixa formal perante o Conselho de Segurança e da Assembleia-Geral da ONU para denunciar a "militarização" britânica nas ilhas Malvinas.
“Mais diplomacia, menos armas”, pede a chancelaria argentina en seu comunicado contra o recente envio de
um navio e guerra britânico de última geração para reforçar a segurança das ilhas.
Foto: Eduardo Di Baia/ AP
De acordo com a mandatária a militarização em curso representa "um perigo grave para a segurança internacional". O anúncio foi feito diante de veteranos da guerra em que a Argentina e a Grã-Bretanha se enfrentaram em 1982 e o país sul-americano saiu derrotado.
Em resposta, a Grã-Bretanha reafirmou que as Malvinas (ou Falklands) são britânicas e não estão dispostos a negociações: "nossa posição sobre esse assunto não mudou e é bastante clara. Somente negociaremos a soberania das ilhas se seus habitantes quiserem negociá-la e isso não ocorre neste momento", declarou o porta-voz da missão britânica na ONU.
Provocação britânica
As tensões por causa das disputadas ilhas aumentaram nas últimas semanas, com a aproximação do aniversário de 30 anos da guerra de 1982 e empresas britânicas buscando petróleo nas águas ao redor do arquipélago.
Na semana passada, Londres anunciou o envio do destróier HMS Dauntless ao arquipélago. Na quinta-feira (2), o príncipe William, segundo na sucessão do trono britânico, chegou às ilhas para um período de treinamento militar de seis semanas.
Para a presidente, trata-se de provocação: “eles enviaram um moderníssimo destróier acompanhado do herdeiro real, que gostaríamos de ver em roupas civis”. Cristina condenou ainda a "mentalidade colonialista ultrapassada" da Grã-Bretanha. "Das 16 colônias que ainda existem hoje, 10 são britânicas", disse.
Apesar da insatisfação com o envio do destróier, Cristina garantiu que a disputa pela soberania das Malvinas permanecerá no campo diplomático. "Que ninguém espere de nós gestos fora da diplomacia. Que não se iludam quanto a isso", declarou. "Sofremos demais com a violência em nosso país. Jogos de armas não nos atraem."
Apoio à soberania argentina
As titulares da Associação Mães e avós da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, e Estela de Carlotto, respectivamente, elogiaram o discurso da presidente. Em declarações à Agência argentina Télam, Carlotto ressaltou que “essa é uma demonstração muito importante para o exterior de que estamos juntos quando temos que estar. Depois cada um pensará e terá suas ideias e dissidências, mas quando se trata do território argentino e de recuperar algo que nos roubaram, tem sido uma demonstração da força que tem esta mulher, e da convocatória que tem o seu governo. Estamos mais juntos do que nunca”, enfatizou.
A Alba também emitiu uma declaração solidária à Argentina, solidária ao governo de Cristina e crítica a Londres. O mandatário venezuelano, Hugo Chávez advertiu o país europeu: se atacar a Argentina, ela não estará sozinha. Já o presidente do Equador, Rafael Correa, propôs que a Alba analise sanções conjuntas contra o Reino Unido caso as ilhas não sejam devolvidas.
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