A mecânica quântica, a física quântica, ramo da ciência
moderna que tem evoluído enormemente, em suas teorias e postulados, tem
desenvolvido análises e pesquisas que levam os cientistas à suposição de, que a
realidade imediata da matéria só existe porque pensamos.
Nessa linha de raciocínio, a matéria tem, fisicamente,
apenas tendência a existir. A ação do pensamento efetivamente a materializa e
lhe dá existência real.
Isso quer significar que tudo o que existe na realidade
palpável, é fruto do que pensamos, do que acreditamos. Notem que isso não é esoterismo, misticismo. É
Ciência! A energia do pensamento, da atitude mental, plasma, molda a matéria,
cria a realidade em que vivemos, com suas nuances, suas cores, suas formas,
seus relacionamentos.
Como existimos coletivamente, nossa realidade global é fruto
do pensamento coletivo. Como somos ainda, enquanto coletividade, egoístas,
desequilibrados e sem solidariedade, isso se reflete na situação social,
econômica e cultural conturbada, injusta, desumana e insustentável que existe
hoje.
Também ainda, enquanto como coletividade, não temos respeito
pela natureza; alteramos os seus delicados equilíbrios, criamos os grandes
desastres naturais, liberamos novos agentes patogênicos, até então confinados
em pequenos nichos naturais, mantidos antes sob controle pelo equilíbrio
biológico, que nossas atitudes e ações rompem.
Como fazemos parte da coletividade humana, nossa parcela
individual de pensamento, de atitudes mentais, pode contribuir para piorar,
manter ou melhorar essa situação.
Só esse fato já serviria para nos alertar quanto a nossa
responsabilidade social individual, no que se refere ao que pensamos, ao que
acreditamos verdadeiramente, ao que adotamos como atitude mental, aquela que
norteia verdadeiramente nossa ação e nossa intervenção na sociedade e na
natureza.
Mas é preciso também inferir, notar que, se a realidade
social é fruto do pensamento coletivo, a realidade individual, o nosso caminho,
a nossa trilha, é conseqüência imediata de nossa individualidade, manifesta
pela nossa atitude mental.
Isso que dizer que o caminho que trilhamos, o que
encontraremos ao longo desse caminho, como ele se apresentará para nós, é fruto
daquilo que acreditarmos verdadeiramente, daquilo que manifestarmos em nossas
atitudes mentais e, portanto, em nossas ações.
Claro que sofreremos a influência do pensamento coletivo,
mas nosso caminho continuará sendo aquele que estabelecermos pelos nossos
pensamentos e atitudes.
Sem sombra de dúvida, nosso sucesso é função direta daquilo
que programamos mentalmente para nós, que mentalizamos, que estabelecemos como
meta, que ousarmos sonhar, pensar e agir.
Como responsabilidade e contribuição individual, devemos
tentar mudar e melhorar o mundo, a sociedade.
No entanto, para que o bem impere, é necessário que se pense
o bem, que se aja no bem.
A ética deve ser o guia seguro da nossa atitude mental e da
materialização de nossas ações.
Devemos ser pessoas “do bem”, pois as vibrações
do bem e do amor costumam aplainar os caminhos e iluminar as sendas mais
escuras que talvez tenhamos que atravessar. Assim, efetivamente, estaremos
fazendo a nossa parte para melhorar o mundo.
Aliás, já disse o poeta (1): “...quem sabe faz a hora, não
espera acontecer...”.
Para deixar uma outra imagem poética dessas constatações
científicas (e filosóficas), ouso, mais uma vez, tomar uma parte de um
verdadeiro poema, utilizado como letra de uma música, escrito por Renato
Teixeira (2):
“...penso que cumprir a vida / seja simplesmente /
compreender a marcha / ir tocando em frente./ Como um velho boiadeiro / levando
a boiada / eu vou tocando os dias / pela longa estrada eu vou / estrada eu
sou...”
Sejamos os boiadeiros de nossas boiadas, que são as
preocupações, as dificuldades, as lutas, os fracassos, as frustrações, as
vitórias, as conquistas, as realizações, a família, o emprego, o salário, etc.
Vamos tocar os dias pela longa estrada da construção de
nossa existência, mas não nos esqueçamos jamais que “...estrada eu sou...”, que
o caminho, como ele será, somente a nós pertence.
No mesmo poema a que me referi, o autor coloca, em outro
trecho, talvez uma das mais belas frases poéticas já escritas, que contém uma
grande verdade da vida:
“...cada um de nós / compõe a própria história / cada ser em
si carrega / o dom de ser capaz / de ser feliz....”
Devemos desejar a felicidade, persistir no pensamento da
felicidade, mentalizar o melhor dos caminhos, ser pessoas “do bem”. Devemos
compor a melhor das histórias. Todos temos o dom de sermos capazes de
“...ser feliz...”.
(1) Geraldo Vandré – “Pra não dizer que não falei de flores”
(2) “Tocando em Frente” – Letra de Renato Teixeira e música
de Almir Sater
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