Sob o meu olhar

Aqui neste blog, vocês poderão ver, ler e comentar a respeito do que escreverei. Por meio deste meu olhar sincero, tentarei colocar artigos e dar minha opinião sobre questões atuais como politica, problemas sociais, educação, meio ambiente, temas que tem agitado o mundo como um todo. Também escreverei poesias e colocarei poemas de grande poetas que me afloram a sensibilidade, colocarei citações e frases pequenas para momentos de reflexão.
É desta forma que vou expor a vocês o meu olhar voltado para o mundo.

26/04/2012

A vulgarização do debate intelectual


Posted on  | Blog da Boitempo

Por Emir Sader

Grotesco o nível do debate entre Roberto Schwarz e Caetano Veloso, somente possível mesmo pela vulgarização promovida por certa elite intelectual paulistana. Um grande crítico literário, responsável pelas melhores análises sobre a obra de Machado de Assis, decidiu voltar-se sobre as elocubrações “intelectuais” de Caetano e recebeu a resposta no nível deste: que Roberto e Marilena Chaui falem sobre a Coréia do Norte!
A vulgarização do debate teórico encontra na velha mídia seu lugar privilegiado. Canastrões aposentados das suas profissões – ex-diretores de cinema, ex-escritores, ex-músicos, ex-atores etc. etc. – refugiam-se no final de carreira no colo da velha mídia, renunciam ao que tiveram de rebeldia na juventude e recebem generosos espaços para tentar superar seus velhos sentimentos de inferioridade em relação ao mundo intelectual e deitar falação sobre qualquer tema – sempre contra a esquerda, o PT, o governo, Lula – nos espaços sem prestígio e sem leitores.
A combinação entre a vulgarização promovida pela Globo – que afeta centralmente o cinema brasileiro, incapaz de abordar os grandes temas nacionais, ao contrário do cinema argentino – e pela elite tucana paulistana tem tido um efeito muito negativo sobre o clima intelectual. Personagens sem nenhuma capacidade de análise se enfrentam ao preconceito insuperável, para eles, do governo Lula.
Ficar com Lula ou com a Globo? Ficar com Lula ou com a Folha de São Paulo? Entre a solidariedade com o povo que, pela primeira vez consegue acesso a direitos elementares, ou ter a hostilidade, eventualmente a marginalização dos espaços que lhes oferece a velha mídia, vários preferiram esta alternativa.
Ressalta mais ainda, nesse cenário deprimente de um suposto debate intelectual, figuras como a da Marilena Chaui, que se nega a ocupar espaços nessa mídia (convidada para colunista da Folha de São Paulo, se negou, da mesma forma que José Luís Fiori e outros mais), de fazer parte dessa pantomima, desse circo da “falsa cultura” de que falava Millôr. Os dois vídeos da Marilena sobre a democracia, feitos durante a campanha eleitoral de 2010, tiveram mais de 250 mil acessos, certamente a grande maioria de jovens, os ausentes absolutos dessas farsas intelectuais dos otavinhos.

Um comentário:

  1. Discordo do mestre Emir. Achei interessante a análise do Schwarz sobre o livro do Caetano.
    Não gostei da expressão: "cenário deprimente de um suposto debate intelectual". E aí ele cita o Millor, que abriu as pernas pra Veja...
    Até a entrevista do Caetano na Folha, dá pra ler.
    E eu não suporto Caetano falando... gosto dele compondo e cantando.

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