Sob o meu olhar

Aqui neste blog, vocês poderão ver, ler e comentar a respeito do que escreverei. Por meio deste meu olhar sincero, tentarei colocar artigos e dar minha opinião sobre questões atuais como politica, problemas sociais, educação, meio ambiente, temas que tem agitado o mundo como um todo. Também escreverei poesias e colocarei poemas de grande poetas que me afloram a sensibilidade, colocarei citações e frases pequenas para momentos de reflexão.
É desta forma que vou expor a vocês o meu olhar voltado para o mundo.

07/07/2011

Sabedoria do Caos ( John Briggs & F. David Peat)

A sina que todos têm de enfrentar na vida é a incerteza. Embora os seres humanos, já desde remotas eras, tenham tido de lidar com o caos, só em data recente a ciência passou a ver no caos uma das forças centrais do universo.

A Teoria do Caos, primeiramente aplicada ao entendimento dos mecanismos de criação das tempestades, das torrentes e dos furacões, agora se aplica a tudo, desde a medicina e os conflitos armados até a dinâmica social e as teorias de formação e transformação das organizações. O caos está deixando de ser apenas uma teoria científica para tornar-se uma metáfora cultural.

Como metáfora, ele nos permite questionar algumas de nossas mais acalentadas suposições e suscita novas indagações sobre a própria realidade. A sociedade moderna é obcecada pela conquista e pelo controle do mundo à sua volta e para tanto quer valer-se da ciência. Todavia, os sistemas caóticos e não-lineares – como a natureza, a sociedade e a vida de cada indivíduo – transcendem qualquer tentativa de previsão, manipulação e controle.

O caos nos leva a crer que o certo não é resistir às incertezas da vida, mas antes aproveitar as possibilidades que elas nos propiciam. Neste livro pioneiro e inovador, os autores fornecem lições que expõem sete métodos de enfrentar o caos cotidiano:
1. Usar a criatividade;
2. Usar o poder demonstrado pela metáfora da borboleta;
3. Nadar com a corrente;
4. Explorar o que se insinua nas entrelinhas;
5. Observar o que o mundo tem em comum com as artes;
6. Viver no âmago do tempo; e
7. Reintegrar-se ao Todo.


A METÁFORA DA TEORIA DO CAOS

O termo “caos” refere-se a uma inter-conectividade subjacente que existe em fatos aparentemente aleatórios. A ciência do caos enfoca matizes, padrões ocultos, a “sensibilidade” das coisas e as “regras” que regem os meios pelos quais o imprevisível causa o novo. É uma tentativa de compreender os movimentos que criam as tempestades, rios turbulentos, furacões, picos pontiagudos, litorais nodosos e todos os tipos de padrões complexos, desde deltas de rios até os nervos e vasos sangüíneos do nosso corpo.
 
Há três temas subjacentes que permeiam essas lições do caos: controle, criatividade e sutileza.

Primeiro: controle. O predicado de toda a vida é a incerteza e a contingência. As culturas antigas e indígenas lidavam com a incerteza por meio de diálogos rituais com os deuses e com as forças naturais invisíveis. A sociedade industrial ocidental tomou outro rumo. Nosso sonho é eliminar a incerteza conquistando e controlando a Natureza.
O ideal de “estar no controle” é tão inerente ao nosso comportamento que se tornou uma obsessão, até mesmo um vício. 

A teoria do caos demonstra por que tal sonho é uma ilusão. Os sistemas caóticos encontram-se além de todas as nossas tentativas de previsão, manipulação e controle. O caos revela que, em vez de resistir às incertezas da vida, devemos aproveitá-las. É aqui que entra o segundo tema: a criatividade.

Há muito tempo os pintores, poetas e músicos sabem que a criatividade floresce quando eles tomam parte do caos. Os escritores anseiam pelo momento mágico em que perdem o controle e seus personagens assumem vida própria. É claro que a lógica à moda antiga e a razão linear têm seu lugar, mas a criatividade inerente ao caos insinua que, para viver a vida de verdade, é preciso algo mais. É preciso um senso estético – uma sensibilidade para o que se adéqua, o que entra em harmonia, o que vai crescer e o que vai morrer. Fazer um pacto com o caos oferece-nos a possibilidade de viver não como controladores, mas como participantes ativos da natureza.
Sacrificar o controle e viver de modo criativo demanda atenção às nuances sutis e às ordens irregulares que nos cercam. 

Daí o terceiro tema deste livro, a sutileza. As classes e abstrações que constituem nosso “conhecimento” humano decerto são necessárias para a sobrevivência prática, mas nossas categorias podem nos dominar a ponto de ignorarmos a natureza íntima mais refinada e inclassificável das situações humanas. Todos conhecemos aquele momento em que reagimos de modo exagerado a algo dito por alguém. Partimos do princípio de que sabemos exatamente o que a pessoa quer dizer e simplesmente não toleramos a posição que ela assumiu. Nossa resposta é afirmar nosso próprio ponto de vista contrário, e é inevitável que haja uma discussão. O caos aponta para uma alternativa.

A metáfora da teoria do caos ajuda-nos a lidar com tais situações porque revela que, além e entre as nossas tentativas de controlar e definir a realidade, encontra-se o rico – talvez até infinito – reino da sutileza e da ambigüidade, onde se vive a vida real. A teoria do caos mostra como coisas aparentemente minúsculas e insignificantes podem acabar desempenhando papel importante no modo como as coisas se desenrolam. Prestando atenção às sutilezas, nós nos abrimos para dimensões criativas que tornam a vida mais profunda e harmoniosa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário