Sob o meu olhar

Aqui neste blog, vocês poderão ver, ler e comentar a respeito do que escreverei. Por meio deste meu olhar sincero, tentarei colocar artigos e dar minha opinião sobre questões atuais como politica, problemas sociais, educação, meio ambiente, temas que tem agitado o mundo como um todo. Também escreverei poesias e colocarei poemas de grande poetas que me afloram a sensibilidade, colocarei citações e frases pequenas para momentos de reflexão.
É desta forma que vou expor a vocês o meu olhar voltado para o mundo.

19/10/2011

De Flip, Flupp, Daslu, Daspu e outros babados

Campanha Daspu - Da farofa ao caviar

Por Emir Sader

Confesso que nunca gostei da Flip. Sempre me pareceu sumamente elitista. Grandes editoras globalizadas promovem seus autores estrangeiros, salpicados por alguns brasileiros, numa badalação daquelas, entre agentes internacionais e internacionalizados, jornalistas babando e preços exorbitantes, em um cenário belíssimo, mas proibitivo para a grande maioria.
Me lembro que há uns anos realizou-se uma Feira de Livros para a Juventude na Baixada Fluminense, em um mês de agosto, quando ainda não baixava a espuma da badalação da Flip – a que se dedica a velha mídia de abril a agosto. Foi difícil encontrar lugar, mas principalmente se contou com algumas editoras alternativas apenas, a maioria mandou saldos e a mídia não deu praticamente nenhuma cobertura.
Só posso olhar com simpatia a I Feira Literaria Internacional das UPPs – Flupp –, que será realizada no Morro dos Prazeres, em novembro de 2012. Algo que nunca poderia se realizar não fosse a política de ocupar os espaços liberados ao controle cruel das gangues do narcotráfico, para promover políticas sociais e culturais.
A Flupp está para a Flip assim como a Daspu está para a Daslu. Como as iniciativas das elites para iniciativas que buscam realizar-se nos espaços populares, até recentemente controlados pelo narcotráfico. Ainda é cedo para saber do sucesso da política das UPPs, assim como da Flupp, mas vale a pena apostar e contribuir. É a aposta mais importante no Rio e, se der certo, pode servir para tantas outras grandes metrópoles brasileiras.
Já que falamos em elites e alterantivas populares, é significativo que um bom poeta, de trajetória esquerdista – já foi comunista – era praticamente desconhecido. De repente, quando passou para a direita, ganhou coluna semanal em jornal, elogios por todos os lados e prêmios. Não há prêmio que não lhe deem. Apesar de sua reconhecida feiura, só falta ganhar prêmio de Mister de beleza, de algum cosmético de moda. Assim a elite recompensa quem aceita comer na sua mão, quem passa a preferir a Daslu à Daspu, a Flip à Flupp.

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