Sob o meu olhar

Aqui neste blog, vocês poderão ver, ler e comentar a respeito do que escreverei. Por meio deste meu olhar sincero, tentarei colocar artigos e dar minha opinião sobre questões atuais como politica, problemas sociais, educação, meio ambiente, temas que tem agitado o mundo como um todo. Também escreverei poesias e colocarei poemas de grande poetas que me afloram a sensibilidade, colocarei citações e frases pequenas para momentos de reflexão.
É desta forma que vou expor a vocês o meu olhar voltado para o mundo.

03/08/2012

VOLTAIRE - TRATADO SOBRE A TOLERÂNCIA


Clássico é aquele livro que nunca envelhece e que merece sempre uma releitura.

Segue abaixo um trecho luminoso de Voltaire, sempre atual e claro.

A natureza diz a todos os homens: eu os fiz nascer todos fracos e ignorantes
 para vegetar alguns minutos na terra e para adubá-la com seus cadáveres. 
Porquanto fracos, ajudem-se: porquanto ignorantes, iluminem-se e suportem-se. 
Quando todos estiverem de acordo, o que certamente nunca acontecerá, mesmo 
que houvesse um só homem de opinião contrária, vocês deveriam perdoá-lo; 
de fato, sou eu que os leva a pensar como pensam. Eu lhes dei braços para 
cultivar a terra e uma pequena luz de razão para guiá-los; coloquei em 
seus corações um germe de compaixão para que se ajudem uns aos outros 
a suportar a vida. Não bafem esse germe, não o corrompam, saibam que 
é divina e não o substituam a voz da natureza pelos miseráveis furores da escola.

Sou eu somente que ainda os une, apesar de vocês com suas necessidades 
recíprocas, até mesmo no meio de suas guerras cruéis tão levianamente 
empreendidas, teatro eterno dos erros, dos acasos e das desgraças. 
Sou eu somente que, numa nação, detém as conseqüências funestas da 
divisão interminável entre a nobreza e a magistratura, entre esses dois 
órgãos e aquele do clero, entre o próprio burguês e o cultivador. 
Todos eles ignoram os limites de seus direitos, mas todos eles ouvem, 
apesar deles a seu tempo, minha voz que fala seu coração. 
Somente eu conservo a eqüidadenos tribunais, onde tudo seria entregue, 
sem mim, à indecisão e aos caprichos, no meio de umacúmulo de leis 
feitas muitas vezes ao acaso e por causa de uma necessidade passageira, 
diferentes entre elas de província para província, de cidade para cidade, 
e quase sempre contraditórias entre si no mesmo lugar. Só eu posso inspirar 
a justiça quando as leis só inspiram a trapaça. Aquele que me ouve, sempre 
julga bem e aquele que não procura senão conciliar opiniões que se 
contradizem é aquele que acaba se desgarrando.

Há um edifício imenso, cujos fundamentos foram feitos com minhas próprias 
mãos; era sólido e simples, todos os homens podiam entrar nele com segurança; 
quiseram acrescentar-lhe os mais bizarros, os mais grosseiros e os mais inúteis 
ornamentos; a construção cai em ruínas por todos os lados; os homens tomam 
suas pedras e as atiram na cabeça uns dos outros; eu lhes grito: parem, 
afastem-se desses escombros funestos que são a obra de vocês todos e fiquem 
comigo em paz no edifício inabalável, que é o meu.

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