Sob o meu olhar

Aqui neste blog, vocês poderão ver, ler e comentar a respeito do que escreverei. Por meio deste meu olhar sincero, tentarei colocar artigos e dar minha opinião sobre questões atuais como politica, problemas sociais, educação, meio ambiente, temas que tem agitado o mundo como um todo. Também escreverei poesias e colocarei poemas de grande poetas que me afloram a sensibilidade, colocarei citações e frases pequenas para momentos de reflexão.
É desta forma que vou expor a vocês o meu olhar voltado para o mundo.

26/08/2012

Marx, numa hora destas?


por Emir Sader
No sábado passado, iniciou-se o III Curso Marx-Engels, promovido pela Boitempo, agora sediado no Sindicato dos Bancários de São Paulo. Como sempre, em pouco tempo – menos de três horas, desta vez – as vagas se esgotaram . Havia dois auditórios cheios, cada um com umas trezentas pessoas, e mais de 1.500 chegaram a acessar a página do curso na internet.
Marx, numa hora destas?
Sim, exatamente porque o capitalismo repõe, reiteradamente, as análises de Marx como atuais. Depois de tratar de identificar capitalismo com progresso, dinamismo, eficácia e bem-estar, a mídia teve – desde a crise atual, iniciada em 2007 – de acoplar outra palavra a ele: crise.
E foi justamente Marx quem há muito tempo fez essa vinculação estrutural entre capitalismo e crise. Porque, mesmo em períodos de crescimento constante do capitalismo, ele se depara com soluços, com crises periódicas.
O próprio Marx tinha reconhecido, no Manifesto Comunista, a capacidade extraordinária do capitalismo para transformar as forças produtivas como nenhum outro sistema havia conseguido. Mas, ao mesmo tempo, destacava sua incapacidade para distribuir renda que pudesse absorver essa produção. O sistema vive periodicamente crises de desequilíbrio entre a produção e o consumo – crises de superprodução ou de subconsumo, o que dá no mesmo.
Ao mesmo tempo, o socialismo, antítese do capitalismo, é constantemente reatualizado como alternativa. Conforme o capitalismo concentra renda, exclui direitos, discrimina, multiplica a violência e a degradação ambiental, ele alimenta a necessidade do socialismo como uma alternativa humanista, solidária.
Em 2008, quando a Boitempo organizou o primeiro curso, a quantidade de gente foi tão grande que tivemos de mudar a abertura para um grande auditório do Anhembi. Eram cerca de mil pessoas, estudantes universitários e militantes, em sua maioria.
A imprensa compareceu em grande quantidade, sem nenhum interesse por Marx naquele momento, mas pelo tipo de gente que poderia se interessar por ele e se deslocar num sábado de manhã para ouvir uma exposição sobre A ideologia alemã. Encontraram jovens, muitos, interessados no marxismo, nas formas alternativas de interpretação da realidade.
O curso atual vai pelo mesmo caminho e seguirá aos sábados, de manha e à tarde, com transmissão pela internet.

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