1
Não desperdicem um só pensamento
Com o que não pode mudar!
Não levantem um dedo
Para o que não pode ser melhorado!
Com o que não pode ser salvo
Não vertam uma lágrima! Mas
O que existe distribuam aos famintos
Façam realizar-se o possível e esmaguem
Esmaguem o patife egoísta que lhes atrapalha os movimentos
Quando retiram do poço seu irmão, com as cordas que existem em abundância.
Não desperdicem um só pensamento com o que não muda!
Mas retirem toda a humanidade sofredora do poço
Com as cordas que existem em abundância!
2
Que triunfo significa ser útil! Mesmo o alpinista sem amarras, que nada prometeu a ninguém, somente a si mesmo alegra-se ao alcançar o topo e triunfar porque sua força lhe foi útil ali, e portanto também o seria em outro lugar. E depois dele vêm os homens arrastando seus instrumentos e suas medidas ao pico agora escalável instrumentos que avaliam o tempo para os camponeses e para os aviões.
3
Aquele sentimento de participação e triunfo de que somos tomados ante as imagens da revolta no encouraçado Potemkin.
No instante em que os marinheiros jogam seus algozes na água.
É o mesmo sentimento de participação e triunfo
Ante as imagens que nos mostram o primeiro voo sobre o Pólo Sul.
Eu presenciei como mesmo os exploradores foram tomados por aquele sentimento diante da ação dos marinheiros revolucionários: assim até mesmo a escória participou da irresistível sedução do Possível, e das severas alegrias da Lógica.
Assim como os técnicos desejam por fim dirigir na velocidade máxima o carro sempre aperfeiçoado e construído com tamanho esforço para dele extrair tudo o que possui, e o camponês deseja retalhar a terra com o arado novo, assim como os construtores de ponte querem largar a draga gigante sobre o cascalho do rio também nós desejamos dirigir ao máximo e levar ao fim a obra de aperfeiçoamento desde planeta para toda a humanidade vivente.
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