Explosão é vista após um ataque aéreo israelense atingir a cidade de Gaza
A aviação israelense bombardeou edifícios governamentais do Hamas na Faixa de Gaza neste sábado, incluindo o gabinete do primeiro-ministro, depois que o governo de Israel autorizou a mobilização de até 75 mil reservistas, como preparação para uma possível invasão terrestre à região.
O Hamas, grupo islâmico palestino que governa a Faixa de Gaza, afirmou que mísseis israelenses arrasaram o prédio do gabinete do primeiro-ministro Ismail Haniyeh – onde ele se havia reunido na sexta-feira com o primeiro-ministro do Egito – e também atingiram um QG da polícia.Militantes palestinos em Gaza mantiveram os lançamentos de foguetes contra o território israelense. Um dos projéteis atingiu um prédio residencial na cidade portuária de Ashdod, destruindo várias sacadas. A polícia informou que cinco pessoas ficaram feridas.
Com tanques e artilharia israelenses posicionados ao longo da fronteira de Gaza, e sem nenhum sinal do fim das hostilidades, agora no quarto dia, o ministro de Relações Exteriores da Tunísia viajou para o território palestino, para demonstrar solidariedade árabe.
Autoridades em Gaza disseram que 41 palestinos, dos quais quase metade civis, incluindo oito crianças e uma grávida, foram mortos desde o início dos bombardeios aéreos de Israel. Três civis israelenses foram mortos por um foguete na quinta-feira.
No Cairo, uma fonte governamental afirmou que o presidente do Egito, Mohamed Mursi, iria manter conversações com o emir do Catar, o primeiro-ministro da Turquia e o líder do Hamas, Khaled Meshaal, na capital egípcia neste sábado, para discutir a crise em Gaza.
O Egito vem trabalhando para restabelecer a calma entre Israel e o Hamas, depois que um cessar-fogo informal obtido pelo governo egípcio foi rompido nas últimas semanas. Meshaal, que vive no exílio, já havia mantido uma rodada de conversações com autoridades egípcias do setor de segurança.
Conversações
Israel deu início à sua massiva campanha aérea na quarta-feira com o objetivo declarado de impedir o Hamas de lançar foguetes que há anos abalam comunidades do sul israelense.
A operação ganhou o apoio do Ocidente. Líderes europeus e dos EUA consideraram a investida como direito de autodefesa de Israel e apelaram aos dois lados para que evitassem vítimas entre os civis.
O Hamas, isolado pelo Ocidente por causa de sua recusa de reconhecer a existência de Israel, diz que os lançamentos de foguetes através da fronteira são uma resposta aos ataques israelenses contra combatentes palestinos em Gaza.
O grupo diz estar disposto a continuar o confronto com Israel e se mostra empenhado em não parecer menos resoluto do que organizações menores e mais radicais que emergiram no território nos últimos anos.
O movimento islâmico governa Gaza desde 2007. Israel retirou colonos judeus do território em 2005, mas mantém um bloqueio à região, pequena e densamente povoada.
Numa sessão na noite de sexta-feira, o gabinete israelense decidiu mas do que dobrar a atual quota de tropas de reserva para a ofensiva de Gaza, passando a 75 mil soldados, segundo fontes políticas.
A iniciativa não significa necessariamente que todos seriam convocados ou que uma invasão esteja para acontecer. Tanques e equipamento bélicos foram vistos perto da zona arenosa da fronteira neste sábado e cerca de 16 mil reservistas já foram de fato convocados para o serviço ativo.
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