09/10/2011

VIDA TARDIA (Helen Keller)

Não é agradável sentir que os amigos que nos amaram já não se importam conosco. 
Mas se diz desafiadoramente, “eu não me importo! Eu estou perfeitamente feliz sem sua amizade”; mas isso não é verdadeiro. 
Às vezes não se pode ajudar o sentir da tristeza sobre ela. 
Nós somos todos complexos. 

Meu desejo é que eu tivesse feito apenas um ato - consistente, sábio, e amável - um ato que eu nunca desejasse começar de qualquer hora ou o lugar, que se moveria graciosamente através de minha autobiografia, “as nuvens de arrasto da glória.” 
Mas ai, ai de mim! 
Profundamente dentro de mim eu soube que nada do tipo aconteceria. Nenhuma maravilha eu escolhi para escrever neste livro.

Não há nenhuma vantagem em tentar reconciliar a multidão de egos que me compõe. 
Não posso compreendê-los por mim mesma. 
Eu me faço perguntas que não posso responder. 
Eu encontro meu coração doendo quando eu esperava o encontrar em júbilo, lágrimas escorrem de meus olhos quando meus lábios deveriam sorrir. 

Eu prego o amor, a fraternidade, e a paz, mas eu sou consciente dos antagonismos, e vejam! Eu me encontro floreando uma espada e pronta para a batalha….

Eu acredito na imortalidade da alma porque eu tenho dentro de mim desejos imortais. 
Eu acredito no estado que nós incorporamos depois da morte e que ela é feita de nossos próprios motivos, pensamentos, e ações.
Eu acredito que isso da vida para mim terá o sentido que eu não tive aqui, e que meu repouso lá será bonito com cor, música, discurso das flores e pessoas que eu amo.

Sem esta fé haveria pouco significado em minha vida. 
Eu devo ser “uma mera coluna da escuridão na obscuridade.” 
Os observadores na apreciação cheia de seus sentidos corporais sentem pena de mim, mas é porque não enxergam a câmara dourada em minha vida onde eu resido deleitada; o meu trajeto pode lhes parecer como a obscuridade, mas eu carrego uma luz mágica em meu coração. 

A fé, o holofote alumiam de maneira forte e espiritual, e embora as dúvidas sinistras espreitem na sombra, eu caminho sem medo para a Floresta Encantada, onde a folha é sempre verde, onde a alegria habita, onde os rouxinóis se aninham e cantam, e onde a vida e a morte são una na presença do senhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário