09/10/2011

CAMINHADA E VIDA


Fazendo minha caminhada diária as 6 horas da tarde… resolvi parar para escutar o silêncio… o dia estava morrendo, a noite de 32 graus já estava chegando, mas com grande paz. 
Estavam aqui os processos e as forças imponderáveis do cosmos, harmonioso e mudo. 
A harmonia, de que era ele! Aquele era o que saiu do silêncio - um ritmo delicado, a tensão de uma corda perfeita, a música das esferas, talvez.
Era bastante para travar o ritmo, momentaneamente para ser eu mesma uma parte dele. 
Naquele instante eu não poderia sentir nenhuma dúvida de minha solidão com o universo. 
A convicção disso veio com o ritmo que era demasiado em ordem, demasiado harmonioso, demasiado perfeito para ser um produto da possibilidade cega.
Aquela, consequentemente, deve ser a finalidade no todo e eu era parte daquele inteiro e não de um ramo acidental. 
Era um sentimento que transcendia a razão; isso foi ao encontro do meu coração solitário com um desespero infundado. 
O universo era um cosmos, não um caos; eu era tão legitimamente uma parte desse cosmos quanto eram o dia e a noite. 
Eu levei embora algo que antes eu não tinha possuído inteiramente: a apreciação da beleza e do milagre completos de estar viva, e um jogo humilde da civilização dos valores… não alteraram minhas ideias. 
Eu voltei para casa vivendo o agora simplesmente e com mais paz.

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