De repente, não mais que de repente, me vem a memória uma passagem de minha juventude.
Eu! que em toda minha formação escolar, desde pequena até os 16 anos, quando entrei para faculdade estudei em colégio de freiras.
Um colégio bem diferente dos que hoje existem, uma vez que, não existe mais colégio de freiras só para meninas e de padres só para os meninos. Aceitam ambos os sexos.
Engraçado está lembrança, pois, minha mãe na época chegou a pensar que eu seria freira, imagina!.
Hoje sou agnóstica.
De repente, não mais que de repente, até o dia em que numa aula de religião, me lembro como se fosse hoje, falei para o Padre Armando que era quem ministrava as aulas de Religião: Não venha tentar me convencer da história de Adão e Eva, pois, eu não acredito nesta história que Eva tentou Adão a mando de uma serpente depois de comer a maçã.
Na realidade o que ela queria era a serpente dele. Ele ficou horrorizado comigo.
Ele chegou à ir em minha casa para falar com meus pais e sempre me convidava para ir na paróquia dele para conversar, desconfio até que ele era chegado a uma menininha. Nunca fui.
De repente não mais que de repente, me vem a rebeldia e os descobrimentos vieram juntos, quando saiu a revista Realidade, que em seu 1º número, mostrava as fotos da concepção, como tudo começava e mostrava o desenvolvimento do bebê no útero.
Nossa! foi um "deus nos acuda", em minha casa proibiram a entrada da revista, mas euzinha consegui um exemplar e li toda a revista, mas como sempre tem um dedo duro, fui dedurada que li a revista, levei bronca, fiquei de castigo e passei a ser a ovelha negra da família.
Dai para frente, resolvi descobrir o mundo, a vida, com minhas próprias pernas e pensamentos.
A formação religiosa foi para o beleléu e o Padre Armando para o espaço.
Descobri que livro é uma das melhores fontes de conhecimento e aprendizado, deixa a sua mente e raciocínio em constante movimento.
À partir do momento que você começa realmente a pensar, automaticamente passa a questionar, com isso comecei a minha própria revolução na vida e minha família passou a não me entender mais.
Aos 16 anos me livrei das amarras, fui para Curitiba fazer minha faculdade de Engenharia Florestal e passei a ser totalmente independente, inclusive financeiramente.
Para minha família foi um choque, uma menina sair de casa tão nova, virgem, e ir morar longe, sair da mira dos olhos deles, mas para mim, foi o inicio de minha liberdade, do meu crescimento interior, da formação de minha personalidade, dos meus acertos e dos meus erros.
Eu! responsável por tudo, ninguém me ensinou, aprendi com a vida.
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