Página/12
Caracas - Após o Tribunal Supremo de Justiça ter autorizado o
adiamento da cerimônia de posse prevista para esta quinta-feira (10),
centenas de milhares de manifestantes se concentraram em Caracas para
apoiar o governo bolivariano, acompanhados por representantes de 27
países da região. O presidente boliviano Evo Morales afirmou que a saúde
de seu colega venezuelano é um tema que preocupa “a todos os povos
antiimperialistas do mundo”, enquanto que o ex-mandatário paraguaio
Fernando Lugo assegurou que Chávez “pertence não só a Venezuela, mas
também a Argentina, ao Equador, ao Paraguai, ao Caribe e à toda América
Latina”.
O ato de homenagem ao presidente reeleito da Venezuela,
Hugo Chávez, começou formalmente pouco depois das 14 horas de Caracas,
quando o vice-presidente Nicolas Maduro chegou ao palanque erguido em
frente ao Palácio de Miraflores. Maduro subiu ao palco junto com os
presidentes da Bolívia, Evo Morales, do Haiti, Michel Martelly, da
Nicarágua, Daniel Ortega, e do Uruguai, José Mujica, assim como os
chanceleres da Argentina, Héctor Timerman, do Equador, Ricardo Patiño, e
do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, entre outras autoridades.
Após
a entonação do Hino Nacional, em ritmo de capela, por parte da
multidão, o chanceler argentino Héctor Timerman abriu a lista de
oradores com um breve discurso no qual disse ser portador de uma
mensagem de carinho e afeto da parte da presidenta Cristina Fernández de
Kirchner, ao mesmo tempo em que confirmou que a mandatária argentina
visitará Chávez nesta sexta-feira em Havana.
“Quem diz que o
companheiro Hugo está ausente? Ele está aqui em seu povo”, afirmou
Fernando Lugo ao tomar o microfone. “A Revolução Bolivariana está em
boas mãos porque está nas mãos do povo venezuelano”, acrescentou o
ex-presidente paraguaio, destituído após um golpe institucional em junho
de 2012.
Por sua parte, o boliviano Evo Morales manifestou que
“neste momento Hugo Chávez Frias está na consciência de todos os
bolivianos e de todas as bolivianas”. Ele observou que “o tema da saúde
do irmão Chávez não é somente uma preocupação do povo venezuelano, mas
também do povo boliviano e de todos os povos antiimperialistas do
mundo”.
Evo fez um chamado pela “unidade na Venezuelana e na
América Latina”, e assegurou que “Chávez seguirá a frente da Revolução”.
Além disso, reconheceu sua “admiração e respeito a este povo
venezuelano revolucionário, socialista e solidário”, e recordou os cafés
da manhã vividos com o líder bolivariano em suas visitas anteriores a
Caracas. “Hoje comi uma broa de milho no café da manhã e senti que
estava com Chávez”, afirmou.
O governo recebeu quarta-feira um
aval legal com a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que
descartou declarar a ausência temporal ou absoluta do mandatário
convalescente e disse que ainda que seja um requisito necessário, Chávez
pode fazer o juramento depois do dia 10 de janeiro diante dos
magistrados.
A sentença argumentou que Chávez tem uma licença
aberta concedida pela Assembleia Nacional, que é um presidente reeleito
e, portanto, há continuidade no mando, pelo que autorizou tanto o
vice-presidente Nicolás Maduro como os ministros do gabinete para
preservar as funções de governo por um tempo que não foi estabelecido.
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