Poeta e escritor alagoano, Lêdo Ivo morreu na madrugada deste
domingo, aos 88 anos, de infarto. Ivo chegou à Academia Brasileira de
Letras (ABL) em 1987, ao assumir a cadeira de número 10, que pertenceu a
Orígenes Lessa, outro premiado autor de romances, crônicas e poesias. Lêdo Ivo
encontrava-se em Sevilha, em companhia do filho, o artista plástico
Gonçalo Ivo, para as festas de fim de ano, quando passou mal e morreu.
Nascido em Maceió, Lêdo Ivo chegou ao mundo em 18 de fevereiro
de 1924, filho de Floriano Ivo e Eurídice Plácido de Araújo
Ivo. Casado com Maria Lêda Sarmento de Medeiros Ivo (1923-2004), teve o
casal três filhos: Patrícia, Maria da Graça e Gonçalo.
A carreira literária de Lêdo Ivo teve início em 1944, ao publicar um livro de poesias chamado As Imaginações. Em seu segundo livro, Ode e Elegia, recebeu o Prêmio Olavo Bilac, da ABL. Seu romance de estreia, As Alianças, publicado em 1947, também foi premiado como o melhor romance, pela Fundação Graça Aranha.
No início de 1953, foi morar em Paris. Visitou vários países da
Europa e, em fins de 1954, retornou ao Brasil, reiniciando suas
atividades literárias e jornalísticas. Em 1963, a convite do governo
norte-americano, realizou uma viagem de dois meses (novembro e dezembro)
pelos Estados Unidos, pronunciando palestras em universidades e
conhecendo escritores e artistas.
Ao seu livro de crônicas A Cidade e os Dias (1957) foi atribuído o Prêmio Carlos de Laet, da Academia Brasileira de Letras.
Como memorialista, publicou Confissões de um Poeta (1979), distinguido com o Prêmio de Memória da Fundação Cultural do Distrito Federal, e O Aluno Relapso (1991). Seu romance Ninho de Cobras foi traduzido para o inglês, sob o título Snakes’ Nest, e em dinamarquês, sob o título Slangeboet. No México, saíram várias coletâneas de poemas seus, entre as quais La Imaginaria Ventana Abierta, Oda al Crepúsculo, Las Pistas, Las Islas Inacabadas, La Tierra Allende, Mía Patria Húmeda e Réquiem. Em Lima, foi editada uma antologia, Poemas; na Espanha saíram La Moneda Perdida e La Aldea de Sal; nos Estados Unidos, Landsend, antologia poética; na Holanda, a seleção de poemas Vleermuizen em blauw Krabben (Morcegos e goiamuns).
Em 1973, foram conferidos a Finisterra o Prêmio Luísa Cláudio de Sousa (poesia) do PEN Clube do Brasil, o Prêmio Jabuti,
da Câmara Brasileira do Livro, e o Prêmio da Fundação Cultural do
Distrito Federal e o Prêmio Casimiro de Abreu do Governo do Estado do
Rio de Janeiro. O seu romance Ninho de Cobras conquistou o Prêmio Nacional Walmap de 1973. Em 1974, Finisterra recebeu o Prêmio Casimiro de Abreu, do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Em 1982, foi distinguido com o Prêmio Mário de Andrade, conferido pela Academia Brasiliense de Letras ao conjunto de suas obras.
Em sua longa carreira literária, publicou dezenas de livros, e teve
sua obra traduzida para idiomas como o espanhol, inglês, francês,
italiano, dinamarquês e holandês. O último deles foi O Vento do Mar, uma antologia de poesias publicada em 2010 pela editora Contra Capa.
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