BAN KI-MOON,
secretário-geral da ONU
A ONU julgará os crimes cometidos contra mulheres e nunca permitirá que elas sejam sujeitas a punições pelos abusos que sofreram
Ao
comemorarmos o Dia Internacional da Mulher, devemos olhar para o último
ano, no qual aconteceram crimes chocantes de violência contra mulheres e
meninas, e nos perguntar como atingir um futuro melhor.
Uma
jovem mulher foi estuprada por um grupo de homens até a morte. Outra se
matou para evitar a vergonha que seus agressores deveriam ter sentido.
Adolescentes foram baleadas à queima-roupa por se atreverem a buscar uma
boa educação.
Essas atrocidades, que provocaram uma justa
indignação mundial, são parte de um problema muito maior, que permeia
praticamente todas as sociedades e todas as áreas da vida.
Olhe
para as mulheres que o cercam. Pense naquelas queridas por sua família e
sua comunidade. E entenda que há uma probabilidade estatística de que
muitas delas tenham sofrido violência durante sua vida. Muitas mais
confortaram uma irmã ou amiga, dividindo sua dor e raiva depois de uma
agressão.
Neste ano, no Dia Internacional da Mulher, traduzimos a
nossa indignação em ação. Declaramos que julgaremos os crimes cometidos
contra mulheres e nunca permitiremos que elas sejam sujeitas a punições
pelos abusos que sofreram.
Renovamos nosso compromisso de
combater essa ameaça à saúde global, onde quer que se esconda -em lares e
empresas, em zonas de guerra e em países vivendo em paz ou na mente das
pessoas que permitem que a violência continue.
Fazemos também
uma promessa especial para mulheres em situações de conflito. Nesses
casos, a violência sexual, com frequência, torna-se um instrumento de
guerra de humilhação do inimigo, ao destruir sua dignidade.
Para
essas mulheres, dizemos: a Organização das Nações Unidas (ONU) está com
vocês. Como secretário-geral, insisto que o bem-estar de todas as
vítimas de violência sexual em conflito deve estar no topo de nossas
atividades. E instruo meus conselheiros a fazer nossa resposta à
violência sexual uma prioridade em todas as nossas atividades de
construção, manutenção e consolidação da paz.
O sistema ONU está
avançando na nossa campanha Unidos pelo Fim da Violência contra as
Mulheres, que se baseia numa premissa simples, mas poderosa: todas as
mulheres e meninas têm o direito humano fundamental de viver uma vida
sem violência.
Nesta semana, em Nova York, na Comissão sobre a
Condição da Mulher, o mundo está celebrando a maior assembleia da
história da ONU para acabar com a violência contra a mulher.
Aproveitaremos ao máximo essa reunião e continuaremos pressionando por
avanços muito depois de sua conclusão.
Agradeço todos os
governos, grupos e pessoas que contribuíram para essa campanha. Peço a
todos que se unam ao nosso esforço. Seja doando dinheiro para uma causa
ou emprestando sua voz para um protesto, você pode participar do nosso
esforço global para pôr fim a essa injustiça e proporcionar a mulheres e
meninas a segurança e liberdade que merecem.
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