É inacreditável, mas a torneira de bobagens fundamentalistas de Marco Feliciano não pára de escorrer, agora o alvo somos nós, mulheres.
Ninguém é só machista, racista, homofóbico, sexista, o preconceituoso é sempre um combo.
Marco Feliciano diz que direitos das mulheres atingem a família
Em entrevista para livro, deputado e pastor diz que reivindicações feministas estimulam o homossexualismo
Marco Feliciano diz que direitos das mulheres atingem a família
Em entrevista para livro, deputado e pastor diz que reivindicações feministas estimulam o homossexualismo
O Globo - 20/03/13
RIO — As críticas do atual presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, Marco Feliciano (PSC-SP), avançam também em outra direção: o direito das mulheres. Em entrevista para o livro “Religiões e política; uma análise da atuação dos parlamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e LGBTs no Brasil”, ao qual O GLOBO teve acesso, o deputado critica as reivindicações do movimento feminista e afirma ser contra as suas lutas porque elas podem conduzir a uma sociedade predominantemente homossexual.
RIO — As críticas do atual presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, Marco Feliciano (PSC-SP), avançam também em outra direção: o direito das mulheres. Em entrevista para o livro “Religiões e política; uma análise da atuação dos parlamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e LGBTs no Brasil”, ao qual O GLOBO teve acesso, o deputado critica as reivindicações do movimento feminista e afirma ser contra as suas lutas porque elas podem conduzir a uma sociedade predominantemente homossexual.
“Quando
você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela
querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e,
para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não
se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do
mesmo sexo, e que vão gozar dos prazeres de uma união e não vão ter
filhos. Eu vejo de uma maneira sutil atingir a família; quando você
estimula as pessoas a liberarem os seus instintos e conviverem com
pessoas do mesmo sexo, você destrói a família, cria-se uma sociedade
onde só tem homossexuais, você vê que essa sociedade tende a desaparecer
porque ela não gera filhos”, diz ele na página 155, em declaração dada
em junho de 2012.
Para
o pesquisador Paulo Victor Lopes Leite, do Instituto de Estudos da
Religião (Iser), um dos autores do estudo, a posição de Feliciano não é
exceção: reflete o pensamento majoritário defendido pelos integrantes da
Frente Parlamentar Evangélica.
—
Constatamos que os parlamentares evangélicos trabalham com a ideia de
pânico moral, que se manifesta sempre que qualquer atitude ou
comportamento se mostra diferente do conceito de família patriarcal, com
pai, mãe e filhos. É a ideia de pânico moral que faz com que rejeitem
qualquer transformação natural da sociedade, como o casamento
igualitário e a necessidade de se discutir a legalização do aborto —
avalia.
As
afirmações de Feliciano causaram revolta nos movimentos feministas.
Para Hildete Pereira de Melo, professora da UFF e pesquisadora de
relações de gênero e mercado de trabalho, as convicções do parlamentar
são atrasadas porque não acompanham as necessidades da sociedade.
—
Ele é misógino e homofóbico. Desde a invenção da pílula
anticoncepcional, os casais heterossexuais podem manter vida sexual
ativa sem que a gravidez ocorra. Atribuir aos homossexuais a
responsabilidade pela destruição da família é um delírio. A destruição
tem como culpado o homem, que sai de casa e abandona os filhos quando o
relacionamento termina. É preciso entender que os filhos são
responsabilidade do casal, e não apenas da mulher — critica.
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