A presidenta Dilma Rousseff retornou ao trabalho nesta terça-feira,
após um breve recesso na Base Naval de Aratu, na Bahia. A presidenta
embarcou no início da tarde, segundo o Palácio do Planalto. Dilma estava
na Bahia desde o dia de 28 de dezembro, acompanhada da família, e
passou o Réveillon nas instalações da Marinha. Durante a estadia, Dilma
encontrou os governadores de Pernambuco, Eduardo Campos, e o da Bahia,
Jaques Wagner, com quem passeou de barco.
A previsão era que a presidenta voltasse ao trabalho na quinta-feira,
mas o retorno foi antecipado para hoje.
O Planalto não informou o
motivo da mudança de data. A volta antecipada de Dilma ocorre na véspera
da reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que
avalia nesta quarta-feira a situação do suprimento de energia no país. O baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas tem preocupado o governo.
Nível crítico
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), atualmente os
reservatórios da Região Nordeste operam com 31,61% da capacidade,
enquanto os da Região Norte com 41,24%. Para suprir a demanda de
consumo, todas as termelétricas estão em funcionamento. De acordo com a
Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia
Elétrica (Apine), os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e
Centro-Oeste encontram-se no mais baixo nível para o mês de janeiro
desde 2001, ano do último racionamento de energia elétrica no país. A capacidade armazenada atual nos lagos das usinas é 28,9%.
De acordo com o ONS, o despacho térmico atualmente chega a 12,9 mil
megawatts (MW), o equivalente a 24% da demanda total do país. A
Eletronuclear informou que, das duas usinas nucleares operadas pela
subsidiária da Eletrobras, a única que está operando no momento é a de
Angra 2, que está despachando para o SIN 1.356 MW, 6 MW acima da sua
capacidade – que é gerar 1.350 MW.
Nuclear apagada
Angra 1, a primeira das nucleares produzidas no país, e que tem
capacidade de geração de 640 MW, deixou de fornecer energia ao Sistema
Interligado Nacional nesse sábado, quando foi desligada para a troca da
tampa do reator – componente importante do circuito primário de uma
usina nuclear – e o reabastecimento de combustível. A Eletronuclear
explicou que a parada programada ocorreu “em comum acordo com o Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e tem previsão de duração de 56
dias”. A tampa faz o fechamento do reator (que contém os elementos
combustíveis), sendo uma das barreiras contra a liberação de radiação
para o exterior.
O ONS admitiu que os níveis dos reservatórios estão abaixo do normal e
que no subsistema Sudeste/Centro Oeste o nível dos reservatórios das
hidrelétricas é hoje de 28,9% – o mais baixo para os meses de janeiro
dos últimos 12 anos – menor do que o verificado no mesmo mês de 2001,
quando houve o último racionamento de energia elétrica no país. Em todos
os subsistemas, o nível dos reservatórios está abaixo ou próximo da
Curva de Aversão ao Risco (CAR). No Nordeste, o nível dos reservatórios
está em 30,96%; na Região Norte, em 40,48%; e no Sul, em 40,39%.
Presidida pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a reunião
do Comitê contará com representantes do próprio ONS, da Agência Nacional
do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (ANP), da Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel); da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), da
Câmara de Compensação de Energia Elétrica (CCEE), da Agência Nacional
de Águas (ANA) e do Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel). Em
nota, a Petrobras informou que, do total do despacho termelétrico do
Sistema Interligado Nacional, previsto para esta semana, cerca de 8,1
gigawatts (GW) serão produzidos em usinas a gás natural, dos quais 5,3
GW em usinas sob controle da estatal.
A nota diz ainda que, além da geração nas usinas a gás natural, a
Petrobras deverá fornecer 0,5 GW provenientes de usinas a óleo.
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