A África é o continente que ainda representa os maiores desafios para as crianças
em matéria nutricional, sobrevivência, desenvolvimento, educação e
proteção, dizem representantes de organizações internacionais na
região. Referindo-se ao contexto africano, o representante em Angola do
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Koen Vanormelingen,
disse em declarações exclusivas à Prensa Latina que neste continente ocorrem metade de todas as mortes de crianças de todo o mundo.
No entanto, disse, a África é um continente jovem, com grandes
potencialidades de desenvolvimento, que nos últimos anos experimentou um
rápido progresso em setores como educação primária e o tratamento de
água potável.
Fome, uma triste realidade
Frente ao espelho de sua enorme riqueza natural, a África, onde são recorrentes a fome e a pobreza, mais de um milhão de crianças menores de cinco anos morrem a cada ano por falta de comida, de acordo com um relatório da Unicef. As mortes, que ocorrem principalmente na África subsaariana, estão associadas com a desnutrição de crianças que vivem em famílias pobres com escassos recursos para viver.
Frente ao espelho de sua enorme riqueza natural, a África, onde são recorrentes a fome e a pobreza, mais de um milhão de crianças menores de cinco anos morrem a cada ano por falta de comida, de acordo com um relatório da Unicef. As mortes, que ocorrem principalmente na África subsaariana, estão associadas com a desnutrição de crianças que vivem em famílias pobres com escassos recursos para viver.
Refletindo sobre esta realidade, o Diretor Regional da Unicef para a
África Oriental e Meridional , Elhadj As Sy, considerou recentemente
que o déficit nutricional causa a morte a menores e pelo menos 30%
deles cresce com fome.
Diante dessa realidade, as organizações internacionais, como a
própria Unicef, têm chamado os governo da região a potencializar seus
investimentos e o rendimento de cultivos agrícolas para aumentar os
níveis nutricionais da população.
Os especialistas concordam, no entanto, em que para melhorar a
nutrição de milhões de pessoas na África subsaariana e locais como o
Chifre da África vai precisar de apoio internacional, através do
fornecimento de fundos milionários. Ao abordar a complexa situação
alimentar no Sahel, a subsecretária-geral para Assuntos Humanitários da
ONU, Catherine Bragg, defendeu em maio passado que é necessário
aumentar a assistência humanitária nessas áreas.
Estamos muito preocupados pelos milhões de pessoas que se encontram
afetadas na região do Sahel pela combinação da seca, da pobreza e os
altos preços dos cereais, combinados com a degradação ambiental e o
subdesenvolvimento crônico, afirmou. A subsecretária prevê que estes
elementos vão levar a uma nova crise alimentar.
Sobre o aumento das tarifas dos alimentos, outros especialistas dizem
que está determinado em partes pela crescente demanda das economias de
rápida expansão, aumento da população e a utilização de alimentos na
produção de biocombustíveis e etanol.
Proteção das crianças em Angola
Em Angola, pais do sudoeste africano, centenas de famílias de 10 das
18 províncias, foram danificados pela forte seca deste ano, quando as
chuvas foram de 60 % abaixo da média histórica nacional.
A escassez da chuva, que causou uma queda na produção de cerca de 400
mil toneladas de alimentos, colocou em risco de sofrer desnutrição
aguda este ano meio milhão de crianças menores de cinco anos nesses
territórios, de acordo com organizações humanitárias.
No entanto, o executivo angolano não cruza os braços e recupera a
saúde de crianças com um plano abrangente como resposta integral à
crise da nutrição, com o apoio de organizações locais.
Entre as iniciativas desenvolvidas pelas autoridades em território
angolano estão a criação de centros de alimentação terapêutica e
ambulatórios para pacientes desnutridos, afirmam os meios locais.
Após a realização de uma pesquisa em grande escala de pessoas
desnutridas nas províncias afetadas pela seca, as crianças esquálidas
recebem tratamentos.
A fim de proteger os jovens contra a desnutrição, o nosso objetivo é
garantir uma resposta rápida e eficaz nas áreas mais vulneráveis, disse
a Dra. Adelaide de Carvalho, diretora nacional de Saúde Pública em
Angola.
Para o representante da Unicef em Angola, mesmo se este território
apresente um índice de 34% das crianças com desnutrição crônica, o que
significa um em cada três, o país está se movendo para o
desenvolvimento das Metas do Milênio.
Angola, considerou, além de ratificar a Convenção dos Direitos da
Criança, fez o progresso em áreas como a sobrevivência, a nutrição,
acesso à educação primária, a violência, a Aids e as competências
familiares, entre outros.
Uma conquista inquestionável é que esta nação, que viveu um período
sangrento de 27 anos de guerra (1975-2002), reduziu a taxa de
mortalidade entre crianças menores de cinco anos, de 240 há 10 anos
atrás, para 154 mortes no presente, o que deve melhorar ainda mais.
Reconheceu que este avanço as campanhas de vacinação contra a
poliomielite e outras doenças, impulsionada pelo governo, e a melhoria
da educação sobre a importância do aleitamento materno e hábitos
nutricionais apropriados.
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