27/11/2012

Operação leva agentes da PF à casa do vice-presidente da CBF


Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira a Operação Durkheim, com o objetivo de desarticular duas organizações criminosas, uma especializada na venda de informações sigilosas e outra voltada à prática de crimes contra o sistema financeiro nacional. Trinta e três pessoas foram presas e 87 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Distrito Federal, Pará e Pernambuco.
Agentes estiveram também na casa do presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, na madrugada desta segunda-feira e apreenderam documentos e computadores do dirigente. Del Nero era aguardado na manhã desta segunda na abertura oficial da Soccerex, feira anual de futebol realizada no Rio de Janeiro, mas ainda não compareceu ao evento. O cartola paulista, que também é vice-presidente da CBF, foi encaminhado à sede da PF em São Paulo para prestar esclarecimentos e foi liberado em seguida
O inquérito policial teve início em setembro de 2009 com a investigação do suicídio de um policial federal na cidade de Campinas, que apontou a possível utilização de informações sigilosas, obtidas em operações policiais, para extorquir políticos, suspeitos de envolvimento em fraudes em licitações.
No decorrer do inquérito, foram identificadas duas organizações criminosas atuando em paralelo e de modo independente. As duas tinham como elo uma pessoa investigada, que atuava com os dois grupos criminosos.
Segundo as evidências trazidas ao inquérito, foi descoberta uma grande rede de espionagem ilegal, composta por vendedores de informações sigilosas que se apresentam ao mercado como detetives particulares, e por seus fornecedores, pessoas com acesso aos bancos de dados sigilosos, como funcionários de empresas de telefonia, bancos e servidores públicos. Dentre as vítimas há políticos, desembargadores, uma emissora de televisão e um banco. A outra organização tinha como atividade principal a remessa de dinheiro ao exterior por meio de atividades de câmbio sem autorização do Banco Central.
Cerca de 400 policiais federais participam da operação para o cumprimento de 33 mandados de prisão, 34 mandados de coerção coercitiva (quando a pessoa é trazida para prestar depoimento e depois liberada) e 87 mandados de busca e apreensão, em cinco Estados (GO, SP, PA, PE e RJ), todos expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Sessenta e sete pessoas serão indiciadas.
Os investigados responderão, na medida de suas ações, pelos crimes de divulgação de segredo, corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, realizar interceptação telefônica clandestina, quebra de sigilo bancário, formação de quadrilha, realização de atividade de câmbio sem autorização do Banco Central do Brasil, evasão de divisa e lavagem de dinheiro, com penas de 1 a 12 anos de prisão.

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