22/02/2012

O Nome (Ary dos Santos)



Teu nome amarfanhado jaz num poço

a um salto mortal do esquecimento

teu nome renegado que não ouço

teu nome feito raiva e desalento.



Teu nome que eu roí até ao osso

do ódio da ternura e do tormento

é agora o sinal de que não posso

castigar mais o próprio sentimento.



Teu nome a cama estreita onde me deito

o abismo de sons onde recordo

um silêncio impossível e perfeito.



Teu nome que só lembro quando mordo

um nome de milhões de nomes feito

que só é nomeado quando acordo.




Nenhum comentário:

Postar um comentário