O CQC é um programa invasivo, agressivo e intolerante. Seu humor explora
o "politicamente incorreto", criando cenas constrangedoras para todos
os "entrevistados". Ele abusa dos preconceitos étnicos e de gênero. Ele
também beira as idéias fascistas, fazendo a negação da ação política e
ridicularizando as instituições democráticas da sociedade. Ele
generaliza as críticas e destrói reputações. É adepto da "presunção de
culpa", tão em voga na mídia brasileira - num total desrespeito à
Constituição.
Tremem diante das críticas
Mas os "homens-de-preto", que adoram esculhambar os outros, não aguentam
qualquer tipo de crítica. Na verdade, eles não têm senso de humor. São
autoritários, arrogantes e presunçosos. Fazem tudo, custe o que custar,
por audiência e grana, muita grana. Quando pressionados, eles revelam a
sua mediocridade.
Que o diga Rafinha Bastos, que pediu demissão da Band após ser
questionado por suas piadas de péssimo gosto - “Eu comeria ela e o bebê,
não tô nem aí”, afirmou ao ser perguntando sobre a gravidez da cantora
Wanessa Camargo; "mulheres feias deveriam agradecer caso fossem
estupradas, afinal os estupradores estavam lhes fazendo um favor, uma
caridade”, respondeu à revista Rolling Stone.
Agora, pressionado, ele revela seu verdadeiro caráter. A própria Folha,
que também investe na negação e na escandalização da política, sentiu na
carne a "humor" de Rafinha Bastos. Veja a nota publicada ontem na sua
versão online:
*****
"Chupa o meu cacete", diz Rafinha a repórter da Folha
DA REDAÇÃO
Rafinha Bastos, do "CQC", respondeu hoje com palavrões a repórter da
equipe da coluna de Mônica Bergamo, da Folha, quando questionado sobre
piadas que fez no domingo em um show em São Caetano do Sul.
"Chupa o meu grosso e vascularizado cacete", afirmou ele à coluna por e-mail.
Ontem, durante o stand-up que fez na cidade do ABC, Rafinha fez piadas com o ator Fábio Assunção e com a Nextel, que o contratou para anúncios publicitários.
Ao dizer que uma operadora de telefonia móvel teria um serviço usado
apenas por "prostitutas e traficantes", o apresentador, de acordo com
relato publicado pelo site da revista "Veja", disse: "É celular usado
por traficante, e o pior é que eles sabem disso. Não é à toa que têm
Fábio Assunção como garoto-propaganda."
O ator já admitiu que usou drogas. Foi afastado do trabalho e chegou a
ser internado para tratamento médico. Hoje está em cartaz em São Paulo
com a peça "Adultérios" e no programa "Tapas e Beijos", da TV Globo.
Assunção não quis se manifestar sobre os comentários de Rafinha.
A Nextel disse: "Acreditamos em personalidades como Fábio, que superam
limites e que constroem uma nova história de vida. E, principalmente, em
todo ser humano que acredita na transformação e na evolução".
A coluna enviou hoje de manhã e-mail ao apresentador do "CQC" pedindo
que comentasse e explicasse a declaração que fez em São Caetano.
Ele enviou o xingamento como resposta. A mensagem chegou depois do fechamento da coluna.
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